Por Vladimir Ribeiro Em Igreja

Francisco: Ucrânia é uma terra que merece paz

No dia dedicado ao recolhimento pela crise que vive a nação do Leste Europeu, no final da Audiência Geral, o Papa voltou a lançar um apelo para que "o bem de todos seja colocado acima dos interesses de parte"

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Nesta quarta-feira (26), ocorre o Dia de oração pela paz na Ucrânia, convocado pelo Papa Francisco no último domingo. Ao final da audiência geral de hoje ele destacou que devemos pedir ao Senhor que a Ucrânia possa “ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões".

Recordando o sofrimento do povo ucraniano ligado ao segundo conflito mundial, o Santo Padre lembrou que mais de cinco milhões de pessoas foram aniquiladas durante a guerra: "É um povo sofredor que merece paz. Que as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses de parte. Rezemos pela paz com o Pai Nosso: é a oração dos filhos que se dirigem ao mesmo Pai, é a oração que nos faz irmãos, é a oração dos irmãos que imploram reconciliação e concórdia".

A Igreja unida em oração

Para responder ao apelo do Papa Francisco, estão previstos em vários países nas igrejas e paróquias encontros de oração pela paz na Ucrânia. O cenário do conflito não é uma hipótese remota, mas um risco concreto que pode perturbar dramaticamente o equilíbrio do mundo. Como o Papa Francisco lembra em sua Encíclica Fratelli tutti, a guerra “não é um fantasma do passado, mas se tornou uma ameaça constante. O mundo encontra cada vez mais dificuldade no lento caminho da paz que empreendeu e que começava a dar frutos”. “Se queremos um autêntico desenvolvimento humano integral para todos, devemos prosseguir sem cansar no compromisso de evitar a guerra entre nações e povos”. “Não podemos mais pensar”, lê-se ainda na encíclica, “na guerra como solução, pois os riscos provavelmente sempre excederão a hipotética utilidade que lhe é atribuída. Diante dessa realidade, hoje é muito difícil sustentar os critérios racionais amadurecidos em outros séculos para falar de uma possível 'guerra justa'. Chega de guerra!”. “Toda guerra deixa o mundo pior do que o encontrou. A guerra é um fracasso da política e da humanidade, uma rendição vergonhosa, uma derrota diante das forças do mal”.

A situação

Francisco, como disse no último domingo no Angelus, acompanha "com preocupação o aumento das tensões que ameaçam infligir um novo golpe à paz na Ucrânia e questionam a segurança no continente europeu". Mais de 120 mil soldados russos estão posicionados na fronteira ucraniana e no território de Donbass. Washington continua mantendo conversações com líderes europeus e com a OTAN. A Aliança Atlântica "enviará uma proposta escrita no final desta semana" à Rússia para "encontrar uma saída" para a crise. Na Ucrânia, o ministro da Defesa, Alexei Reznikov, por enquanto exclui uma ameaça de invasão russa, mas especifica que "cenários de risco" permanecem para o futuro.

Confiamos tudo ao Senhor

São horas de ansiedade sobre a situação na Ucrânia. Teme-se que o conflito, que eclodiu em 2014, possa se agravar com repercussões em escala internacional. Como recordou o núncio apostólico na Ucrânia, dom Visvaldas Kulbokas, em entrevista à mídia vaticana, a guerra “já dura oito anos nas regiões orientais do país e certamente criou muitos problemas”. "Há quem perdeu a saúde, casa, trabalho, e tudo isso tornou os ucranianos mais fortes diante das dificuldades. O risco de um possível agravamento do conflito é vivido com mais coragem”. Referindo-se ao dia de hoje, o núncio apostólico na Ucrânia sublinhou que "o significado desta oração é sobretudo que nos convertamos, para viver a fidelidade a Deus e viver a fraternidade e a misericórdia para com todos, com humildade, coragem, criatividade, para dizer ao Senhor: agora confio tudo nas tuas mãos”

Fonte: Vatican News

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