Nesta sexta-feira, dia 8, o Papa Francisco celebrou missa na capela da Casa Santa Marta. O martírio de João, “o maior homem nascido de mulher” segundo Jesus, é um grande testemunho: a vida tem valor somente na doação ao outros, “no amor, na verdade, na vida cotidiana, na família”.
A passagem bíblica que deu origem à reflexão do Santo Padre é extraída de São Marcos, e trata da decapitação de São João Batista.
Quatro personagens nos quais o Senhor nos fala - O Pontifíce chama à abertura de coração para que o Senhor nos fale. Há quatro personagens: o rei Herodes “corrupto e indeciso”, Herodíades, a mulher do irmão do rei, “que sabia somente odiar”, Salomé, “a bailarina vaidosa”, e “o profeta decapitado solitário na prisão”.
João nos aponta Jesus - “O maior terminou assim”, comentou o Papa. “Mas João sabia, ele sabia que deveria se aniquilar”. Ele o havia dito desde o início, falando de Jesus: 'Ele deve crescer, eu, ao invés, diminuir'. E ele diminuiu até a morte”.
Segundo o papa, Batista foi o precursor, o anunciador de Jesus, que disse “Não sou eu, este é o Messias”.
“Ele o mostrou aos primeiros discípulos e depois a sua luz se apagou aos poucos, até a escuridão daquela cela, na prisão, onde, solitário, foi decapitado", lembrou.
O martírio é um serviço - "Mas por que isso aconteceu?", perguntou Francisco. “A vida dos mártires não é fácil de contar. O martírio é um serviço, um mistério, é um dom da vida muito especial e muito grande”. E, no final, as coisas se concluem violentamente, por causa de “atitudes que levam a tirar a vida de um cristão, de uma pessoa honesta, e a fazê-lo mártir”.
O rei corrupto que não consegue mudar de vida - O Santo Padre então analisa as ações dos três protagonistas do martírio.
Antes de tudo, o rei, que “acreditava que João fosse um profeta, o ouvia de bom grado”, a um certo ponto “o protegia”, mas o mantinha na prisão. Estava indeciso porque João “repreendia o seu pecado”, o adultério.
"No profeta, Herodes ouvia a voz de Deus, que lhe dizia: ‘Muda de vida’, mas não conseguia fazê-lo. O rei era corrupto, e onde há corrupção, é muito difícil sair”, explicou.
Um corrupto que “buscava equilíbrios diplomáticos” entre a própria vida, não só adúltera, mas também de “tantas injustiças que levava em frente”, e a sua consciência, “que sabia que aquele homem era santo”. E não conseguia desfazer o nó.
A mulher que tinha o espírito satânico de ódio - Então o Pontífice fala de Herodíades, a mulher do irmão do rei, morto por Herodes para ficar com ela. O Evangelho nos diz que ela somente que "odiava" João porque dizia as coisas claramente.
"E sabemos que o ódio é capaz de tudo é uma grande força. O ódio é o sopro de satanás. Pensemos que ele não sabe amar, não pode amar. O seu 'amor' é o ódio. E essa mulher tinha o espírito satânico do ódio que destrói", observou.
O rei diz a Salomé: "Eu te darei tudo", como Satanás - Por fim, o terceiro personagem, a filha de Herodíades, Salomé, brava em dançar, "que agradou tanto aos convidados, como ao rei". Herodes, naquele entusiasmo, promete à moça "Eu te darei tudo".
"Usa as mesmas palavras que usou Satanás para tentar Jesus. 'Se você me adorar eu lhe darei tudo, todo o reino'. Mas Herodes não o podia saber: Por detrás desses personagens está satanás, semeador de ódio na mulher, semeador de vaidade na moça, semeador de corrupção no rei. E o 'maior homem nascido de uma mulher' acabou sozinho, em uma cela escura da prisão, por capricho de uma dançarina vaidosa, o ódio de uma mulher diabólica e a corrupção de um rei indeciso. É um mártir, que deixou sua vida diminuísse, diminuísse, diminuísse, para dar lugar ao Messias", falou.
O testemunho de um grande homem e grande santo - João morre ali, na cela, no anonimato, "como tantos dos nossos mártires", comentou o Papa. O Evangelho diz somente que "os discípulos foram pegar o cadáver para sepultá-lo".
"Pensemos todos, acrescenta o Papa, que este é um grande testemunho, de um grande homem, de um grande santo: A vida só tem valor no doá-la, no doá-la no amor, na verdade, no doá-la aos outros, na vida cotidiana, na família. Sempre doá-la. Se alguém pega a vida para si mesmo, para guardá-la, como o rei em sua corrupção ou a senhora com o ódio, ou a menina, a jovem com sua própria vaidade - um pouco adolescente, inconsciente - a vida morre , a vida acaba murchando, não serve. João deu a sua vida: 'Eu, pelo contrário, devo diminuir para que Ele seja ouvido, seja visto, para que Ele se manifeste, o Senhor':
Eu só aconselho a vocês a não pensarem muito sobre isso, mas de recordar a imagem, os quatro personagens: o rei corrupto, a senhora que só sabia odiar, a jovem vaidosa que não tem consciência de nada, e o profeta decapitado, sozinho em uma cela. Olhar para isso, e cada um abra o coração para que o Senhor lhe fale sobre isso", completou o Papa.
Com informações do Vatican News.
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