O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e a Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), organismos do Povo de Deus da Igreja no Brasil, divulgaram notas em que repudiam os atos antidemocráticos que provocaram as invasões e depredações às sedes dos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário, na tarde de domingo (08), em Brasília.
Na nota, o CNLB afirma que reitera o apoio ao sistema democrático e considera que houve falta de intervenção eficiente da Polícia Militar do Distrito Federal. Diante dos fatos a nota exige “que os envolvidos em tais ações, bem como seus financiadores, sejam identificados e julgados pelos crimes cometidos”.
O CNLB convoca ainda na nota que mulheres e homens de boa vontade, movimentos sociais e expressões eclesiais se juntem a partir da cultura de paz para “trabalharmos por uma sociedade justa e fraterna, sem exclusões e preconceitos”.
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Já a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) também expressou em nota o mais veemente repúdio aos atos terroristas acontecidos neste domingo. “Urge que seus feitores, mentores, instigadores e financiadores sejam identificados, responsabilizados e punidos conforme as leis brasileiras, às quais todos os cidadãos estão submetidos, para que atos semelhantes não voltem a se repetir”.
A nota convida ainda a toda a vida religiosa consagrada a “unir-se em oração e em ação para que a nação brasileira tenha a força, coragem e a serenidade necessárias para superar o ódio e violência criminosamente semeada nas mentes e corações de alguns poucos que tentam destruir a possibilidade de convivência pacífica e amizade social entre brasileiros e brasileiras”.
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A Signis Brasil, Associação Católica de Comunicação de direito pontifício, também emitiu nota de repúdio atos antidemocráticos. Segundo a associação, “não podemos mais aceitar atos criminosos disfarçados de manifestações”.
A nota destaca ainda que esses atos atacam as instituições democráticas, as leis do país e o povo brasileiro. “É urgente que os os executores, os mandantes e os financiadores sejam identificados e punidos no rigor da lei. Seguimos atentos, unidos em oração e acreditando que a justiça punirá de forma exemplar cada um dos envolvidos nesses atos de terrorismo”.
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Em comunhão com a nota emitida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os bispos do Estado de São Paulo manifestaram repúdio pelos ataques “violentos e antidemocráticos” contra os três poderes, ocorrido em, 8 de janeiro.
Por meio de seu perfil em uma rede social, o cardeal Odilo Scherer afirmou ser “inaceitável o que aconteceu em Brasília”. Salientou que não tem cabimento no convívio democrático. “É necessário acalmar os ânimos. Quer quer ser respeitado, precisa respeitar”, disse em seu post.
Também por meio de nota, os bispos do regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao Estado de São Paulo, disseram que “a invasão e depredação de prédios públicos deixam a sociedade estarrecida, pois afrontam o Estado brasileiro e as instituições fundamentais da democracia”.
“Não se pode tergiversar quanto à salvaguarda do regime democrático de direito. É preciso refrear essa escalada de violência com os rigores da Lei. Alertamos aos membros de nossas comunidades para não se deixarem ludibriar com o engodo do autoritarismo, às vezes embutido em temas para irrenunciáveis”, diz um trecho da nota.
Conversando com a Rádio Vaticano – Vatican News, o arcebispo do Rio de Janeiro, careal Orani João Tempesta invocou a paz e apelou pelo fim violência. Dom Orani falando do assalto aos palácios do poder em Brasília, definiu as cenas de ontem como “deploráveis”, ressaltando que trouxeram à tona “as divisões do Brasil”. Diante disso, o cardeal apelou à “unidade e convergência” do povo brasileiro. “Precisamos de um diálogo fraterno”, continuou, “que respeite as diferentes culturas e religiões do país”. Finalmente, o cardeal Tempesta exortou a oração “por um diálogo, para olhar para o futuro e construir um tempo de paz e prosperidade para todos”.
Também o arcebispo emérito de Aparecida, cardeal Raymundo Damasceno Assis, que se encontra em Roma onde participou dos funerais de Bento XVI, disse à Rádio Vaticano – Vaticano News que segue os eventos através dos meios de comunicação. Conversando com brasileiros presentes em Roma disse que os mesmos manifestaram tristeza pelo que está ocorrendo no Brasil neste momento:
“Eu creio – afirmou – como disse o Papa Francisco hoje pela manhã aso Corpo Diplomático, que as soluções de conflitos, em qualquer lugar, e no caso específico do Brasil, passa pelo diálogo, para superar as lógicas parciais e trabalhar pela construção do bem comum. Eu acho que isso é fundamental. O Brasil nesse momento precisa se unir, encontrar soluções para os problemas que nós estamos enfrentando, através do diálogo, na verdade. Um diálogo na verdade e no respeito também, é claro, da Constituição do nosso país, no respeito das instituições para que possamos preservar sempre a democracia que é um bem fundamental para nós. Para que somando esforços nas diferenças que existem, e é normal em uma democracia, nós possamos sempre ter em mente o bem comum de todo o nosso país e de todo o povo brasileiro. Esses são os meus votos meus desejos desde aqui de Roma através da Rádio Vaticano”.
Fonte: CNBB
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