Por Vladimir Ribeiro Em Igreja

Papa Francisco pede esperança, unidade e zelo pastoral

Esse foi um dos vários temas que o Papa Francisco abordou no encontro com os bispos, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas na Catedral de Nossa Senhora da Salvação em Bagdá

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Papa na catedral Nossa Senhora de Bagdá


Concluindo sua intensa jornada o Santo Padre se dirigiu à catedral Sírio-Católica de Bagdá para um encontro com os bispos, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas e iniciou a sua saudação com “paterno afeto” agradecendo ao Senhor por ter permitido esse encontro.

As primeiras palavras do Papa Francisco foram de recordação.“Estamos reunidos nesta Catedral de Nossa Senhora da Salvação, abençoados pelo sangue dos nossos irmãos e irmãs que aqui pagaram o preço extremo da sua fidelidade ao Senhor e à sua Igreja. Que a recordação desse sacrifício nos inspire a renovar a nossa confiança na força da Cruz e da sua mensagem salvífica de perdão, reconciliação e renascimento”, afirmou.

Zelo Apostólico

Em seguida dirigiu-se aos religiosos falando sobre a esperança e o zelo apostólico. “As carências do povo de Deus e os árduos desafios pastorais que enfrentais diariamente, agravaram-se neste tempo de pandemia. Há uma coisa, porém, que nunca deve ser bloqueada nem reduzida: o zelo apostólico, que hauris de raízes muito antigas, da presença ininterrupta da Igreja nestas terras desde os primeiros tempos”.

Considerando a situação do país Francisco animou os presentes afirmando que “é fácil ser contagiado pelo vírus do desânimo que às vezes parece difundir-se ao nosso redor”. E sugere “o Senhor deu-nos uma vacina eficaz contra este vírus mau: é a esperança, que nasce da oração perseverante e da fidelidade diária ao nosso apostolado”. “Com esta vacina – continua o Papa - podemos prosseguir com energia sempre nova, para partilhar a alegria do Evangelho como discípulos missionários e sinais vivos da presença do Reino de Deus, Reino de santidade, justiça e paz”.

Animados pelo Evangelho

“Não esqueçamos jamais que Cristo é anunciado sobretudo com o testemunho de vidas transformadas pela alegria do Evangelho” disse o Papa afirmando que esta é uma mensagem necessária a todos. E continuou: “As dificuldades fazem parte da experiência diária dos fiéis iraquianos” por todos os sofrimentos que passaram e ainda passam pela fragilidade das infraestruturas básicas e a luta contínua pela segurança econômica e pessoal, assim o Papa agradece aos “irmãos bispos e sacerdotes, por terdes permanecido junto do vosso povo, apoiando-o, esforçando-vos por satisfazer as carências das pessoas e ajudando cada um a fazer a sua parte ao serviço do bem comum”.

Ao recordar a importância do apostolado educativo disse que as “Igrejas particulares constituem um recurso precioso para a vida quer da comunidade eclesial quer da sociedade inteira”.

O Santo Padre ainda acrescentou que devemos nos animar e perseverar “neste compromisso, a fim de garantir que a Comunidade Católica no Iraque, apesar de pequena como um grão de mostarda, continue a enriquecer o caminho do país no seu conjunto”.

Comunidade de irmãos e irmãs

“O amor de Cristo pede-nos para colocar de lado qualquer tipo de egocentrismo e competição; impele-nos à comunhão universal e chama-nos a formar uma comunidade de irmãos e irmãs que se acolhem e cuidam mutuamente” afirma o Pontífice fazendo uma metáfora das diversas Igrejas e todos seus patrimônios como um belíssimo tapete formado por tantos fios de variegadas cores e entrelaçados, que “não só atesta a nossa fraternidade, mas remete também para a sua fonte, pois o próprio Deus é o artista que idealizou este tapete”.

“Como é importante este testemunho de união fraterna num mundo que se vê frequentemente fragmentado e dilacerado pelas divisões!”

Aos bispos: próximos aos sacerdotes

Em seguida Francisco dirigiu-se particularmente aos bispos solicitando: “Gosto de pensar no nosso ministério episcopal em termos de proximidade”. “De modo particular permanecei vizinhos aos vossos sacerdotes” pediu o Papa e continua “que não vos vejam como administradores ou gerentes, mas como pais preocupados por que os filhos estejam bem, prontos a dar-lhes apoio e ânimo de coração aberto”.

O chamado a Cristo

“Amados sacerdotes, religiosos e religiosas, catequistas, seminaristas que vos preparais para o futuro ministério: todos vós ouvistes a voz do Senhor nos vossos corações e respondestes como o jovem Samuel: ‘Eis-me aqui’”. O Papa pede que todos os dias sejam renovadas estas palavras para “partilhar a Boa Nova com entusiasmo e coragem”.

“É importante sair para o meio do nosso rebanho e oferecer a nossa presença e acompanhamento aos fiéis nas cidades e nas aldeias”

O Papa conclui seu pedido afirmando que “quando servimos o próximo com dedicação (...) estamos realmente servindo a Jesus, como Ele mesmo nos disse. E servindo a Jesus nos outros, descobrimos a verdadeira alegria”. “Sede pastores servidores do povo, e não funcionários de Estado: sempre no povo de Deus, nunca separados como se fôsseis uma classe privilegiada. Não renegueis esta nobre ‘estirpe’ que é o santo povo de Deus”

Vítimas de todas as comunidades religiosas

“Gostaria de retornar agora”, prosseguiu o Papa, “aos nossos irmãos e irmãs que morreram no atentado terrorista de há dez anos nesta Catedral e cuja causa de beatificação está em andamento”. Ponderando que “a sua morte lembra-nos fortemente que o incitamento à guerra, os comportamentos de ódio, a violência e o derramamento de sangue são incompatíveis com os ensinamentos religiosos”. “E quero recordar todas as vítimas de violências e perseguições, pertencentes a qualquer comunidade religiosa”.

A riqueza dos jovens

Ao agradecer o empenho e esforço por serem operadores de paz que semeiam reconciliação e convivência fraterna o Papa recordou dos jovens do país:

“Penso de modo particular nos jovens. São portadores de promessas e de esperança em toda a parte, e sobretudo neste país. Na realidade, aqui não existe apenas um património arqueológico inestimável, mas também uma riqueza incalculável para o futuro: são os jovens! São o vosso tesouro e é preciso cuidar deles, alimentando os seus sonhos, acompanhando o seu caminho, aumentando a sua esperança”

Por fim o Papa agradece: “Que o vosso testemunho, amadurecido nas adversidades e fortalecido pelo sangue dos mártires, seja uma luz que resplandece dentro e fora do Iraque, para anunciar a grandeza do Senhor e fazer exultar o espírito deste povo em Deus nosso Salvador".

Fonte: Vatican News

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