O relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, pesquisou 81 países, onde foram apreendidas cerca de 550 mil armas de fogo entre 2016 e 2017.
Quase quatro em cada 10 armas confiscadas eram pistolas ou revólveres. Elas foram usadas em episódios de violência principalmente homicídios. Na América Latina, a maior quantidade de armas foi descoberta na Colômbia e na Argentina, mas a pesquisa não tem dados suficientes do Brasil.
Somente sabe que a maior parte do armamento confiscado em território brasileiro vem do Paraguai, o país vizinho.
Ainda sobre os países de língua portuguesa: na África, Angola lidera o número de apreensões de armas leves de fogo, seguida do Quênia. Portugal bate o recorde de confiscos de armas na Europa durante operações contra tráficos de drogas. Foram 668 unidades entre 2016 e 2017. Depois de Portugal, aparecem Espanha e Albânia.
Na África e na Ásia, os armamentos mais apreendidos são espingardas perfazendo um total de 38% das unidades.
A diretora-executiva do Unodc, Ghada Waly, disse que a pesquisa “centra-se no grave problema, e muitas vezes oculto, do tráfico de armas de fogo porque representa uma séria ameaça à vida humana e à segurança internacional.”
A agência da ONU afirma estar claro que as armas de fogo facilitam e multiplicam os casos de crimes e violência em todo o mundo.
A pesquisa do Unodc relacionou o número de homicídios à posse de armamento. Em todo o mundo, 54% dos assassinatos são praticados com armas de fogo.
Waly disse que o relatório é uma fonte importante para a aplicação da lei, ajudando os Estados-membros a reduzir os danos causados pela circulação ilícita.
Quase todas as armas têm origem na América do Norte, Europa e Ásia Ocidental.
Segundo a chefe do Unodc, “o estudo pode apoiar os governos na aplicação da lei e da justiça criminal para detectar e interromper fluxos ilícitos, desmantelar as organizações e redes criminosas responsáveis e levar os autores a justiça."
O Unodc acredita que este tipo de tráfico continua sendo, sobretudo, um fenômeno invisível, que só é evidente quando as armas são usadas em um crime.
Em média, cerca de dois terços das apreensões acontecem devido à posse ilegal. Mais tarde, no entanto, as autoridades descobrem que uma parte considerável dessas armas foram traficadas para algum país antes de serem apreendidas.
Fonte: ONU NEWS
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