O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo emitiu um alerta para o risco de contaminação por febre amarela no período de feriado prolongado de carnaval, principalmente nas cidades próximas ao Paraná e Minas Gerais.
Após o registro de casos da doença em alguns municípios do interior mineiro e paranaense, a Secretaria de Saúde do estado paulista reforçou sobre a importância da vacinação de rotina em todo o país. Segundo dados do Ministério de Saúde, desde 2017 a cobertura vacinal de febre amarela não alcança o patamar recomendado.
A diretora do CVE Tatiana Lang D'Agostini afirma que a imunização é imprescindível, tanto para a febre amarela, como para cumprir o calendário vacinal.
“Para vocês que vão viajar no carnaval para regiões de matas, busquem a vacinação da febre amarela com pelo menos dez dias de antecedência. Isso se dá pelo alerta principalmente de cidades vizinhas a São Paulo, no qual foram confirmadas epizootias para febre amarela. Então lembrado: para todos que vão viajar nesse carnaval, principalmente para a zona rural, para as matas, busquem a vacina da febre amarela e aproveitem para atualizar a sua carteirinha de vacinação e a carteirinha de vacinação do seu filho”, recomenda.
A professora e infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi explica que a febre amarela é uma doença com gravidade variada.
“A febre amarela é uma doença febril aguda de gravidade variável, ou seja, pode existir formas leves da doença que podem até se assemelhar com um quadro gripal, como dores no corpo, mal estar, até quadros mais graves que podem evoluir para o óbito”, explicou a infectologista.
A professora ainda afirma que não há um tratamento específico e que o mais eficaz continua sendo a vacinação.
“Mesmo nas formas graves da febre amarela, não existe nenhum tratamento específico, não existe nenhum antiviral, apenas um tratamento de suporte e para alguns pacientea a indicação de transplante de fígado no caso de alguma falência aguda grave e considerada irreversível", explica a professora de infectologia.
Além disso, Raquel Stucchi diz que todas as regiões do Brasil são áreas de risco para a febre amarela.
“Todas as regiões de mata e todas as regiões onde a gente tem uma concentração grande de Aedes Aegypti são áreas de riscos, portanto, o Brasil é um país de risco para a febre amarela, por isso, todos devem se vacinar”, recomenda
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina gratuitamente para a população em todos os postos de saúde da cidade.
Os sintomas da febre amarela são silenciosos, mas as primeiras manifestações são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
Algumas pessoas contaminadas apresentam uma breve melhora após o surgimento dos primeiros sintomas e então começa a fase grave da doença, quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
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