Igreja

Sínodo sobre a Amazônia

Catedral Dom Cláudio Hummes relata sua experiência durante os trabalhos do encontro ocorrido no Vaticano

Escrito por MI

03 JAN 2020 - 00H00 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 11H39)

O processo sinodal significa caminhar junto. Nós não estivemos como num parlamento, discutindo os assuntos para ver quem ganha. O Papa sempre nos disse que deveríamos chegar numa comunhão de ideias.

Nós falamos bem alto em prol da manutenção da Amazônia, da sua floresta e de seus povos. A nossa ciência e a nossa tecnologia tem que ser oferecida também a eles. Não pode ser imposto, mas, sim, na medida em que eles a aceitem neste momento da sua história. Não pode ser imposto nada pelas empresas, pelo governo ou pelo mundo econômico e produtivo. Muito menos serem atropelados! Temos que verificar a demarcação das terras.

Defendemos os defensores daqueles povos. Muitos defensores são criminalizados, perseguidos e até mortos. Temos que dar um grito para defender essas pessoas que lutam pelo bem da Amazônia. Sejam eles indígenas ou outras lideranças, como bispos, padres ou irmãs. Como cristãos, devemos defendê-los nos seus territórios locais pois, na nossa história, infelizmente, já constam muitos mortos que defendiam esses direitos.

Outra necessidade discutida no Sínodo é de fato ter uma Igreja missionária, renovada e que tenha novas condições de trabalho. Não apenas antigas condições adaptadas, mas sim novas condições, novos caminhos. Isto está muito claro e o Papa insiste muito nisso. Devemos chegar a novos caminhos. Isso remete a sermos uma Igreja mais inculturada que deixe de lado todo tipo de colonização e vá ao encontro desses povos para ouvi-los e caminhar com eles.

No Brasil mesmo, vocês devem ter ouvido muitas coisas sobre o Sínodo e até mesmo nas redes sociais colocam muitas ideias contra o Sínodo. Tem gente que insulta, mente e agride. Mas, não podemos perder a coragem, temos que superar tudo isso.

De fato, devemos acreditar mesmo que o Papa dirigiu um Sínodo de grande valor e de um grande significado para o mundo de hoje e, pouco a pouco, a imprensa mundial mostra a profundidade e a importância deste encontro. Os assuntos tratados ali foram as grandes questões que hoje ocupam e preocupam a humanidade. Questões da ecologia, do clima e, em especial, na Amazônia.

A Amazônia é um paraíso que Deus nos deu. Se deixarmos destruir a Amazônia, nós colocamos o planeta em risco, nós colocamos as vidas humanas em risco. O Papa pede muito que oremos por essas questões, pois a oração é muito eficaz e tem muita força.

Rezemos para que o Espírito Santo, de fato, consiga guiar os nossos corações, as nossas cabeças, e nos ajude a realizar as boas e acertadas decisões.

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