Caracterizada por crises súbitas de medo intenso, acompanhadas de sintomas físicos como palpitações, falta de ar e tontura, a síndrome do pânico pode impactar profundamente a qualidade de vida de quem sofre com ela.
Em participação no programa Em Sintonia desta quarta-feira, 3 de junho, o psicólogo Fiore falou sobre o assunto para nos ajudar a entender melhor o que é esta condição, quais são suas causas, sintomas, formas de tratamento e, principalmente, como lidar com as crises
Fiore, o que é síndrome do pânico ou transtorno do pânico?
É um aspecto de uma depressão. A pessoa que entra no processo depressivo, pode ter vários sintomas. Um dos sintomas é a síndrome do pânico, ou seja, a pessoa sente-se mal, sente-se ameaçada, sente-se em perigo em várias situações. Então ela tem medo de tudo, como medo de passar mal, medo que aconteça alguma coisa, medo de ficar em um lugar fechado, ficar numa fila, ficar num ambiente que não é adequado, escuro. Medo de sair, medo de entrar num veículo, tomar uma condução, ou seja, o pânico é tão grande que ela se imobiliza, não consegue fazer absolutamente nada. A síndrome do pânico é um quadro depressivo e precisa de uma terapia para tentar ajudar nesse aspecto, não somente a medicação.
A síndrome do pânico afeta mais mulheres ou homens?
Não há essa diferença. O que ocorre é que a mulher manifesta mais os seus sintomas, o homem se fecha mais em si, até por necessidade do trabalho, de lutar contra a situação. Mas, em termos de quadro de diagnóstico, não existe diferença entre o homem nem a mulher, embora se pense que é mais a mulher.
E existe uma idade para que isso aconteça? Em que período da vida a síndrome do pânico é mais comum?
A criança não tem pânico. A criança tem medo. Existe uma situação em que ela tem medo de enfrentar as coisas, mas é uma questão de insegurança. Não se caracteriza como síndrome do pânico. A síndrome do pânico é, na maioria das vezes, decorrente de uma perda. Essa perda pode ser de uma autonomia, de um trabalho, ou de um ente querido que ela perde, de uma pessoa que ela tinha proteção, de um status, de uma série de coisas que ela tinha, e que vai, por consequência, entrar num processo depressivo, e desse processo depressivo entra a questão do pânico. Por consequência disso, normalmente as pessoas que passam por perda são os adultos. Então, os adultos são aqueles que normalmente têm, é a maioria dos casos de pânico.
E Fiori, quais os sintomas que podem ocorrer na síndrome do pânico?
Um medo exacerbado. O sintoma do pânico é um medo exacerbado de qualquer coisa. Normalmente o medo de ficar sozinho, o medo de entrar numa condução, o medo de pegar, um metrô ou um trem. O medo de pegar uma fila, o medo de entrar num local, por exemplo, num banco em que tem uma porta giratória lá dentro e a pessoa vai sentir-se fechada, o medo de estar num lugar fechado. Tudo isso são sintomas da síndrome do pânico. A pessoa pensa: eu não conseguir, não vou mais lá porque eu tenho medo. Medo do que? No fundo, ela fala que tem medo de passar mal, porque vai faltar o ar. E às vezes também pode ter um outro caso que eu não citei, mas eu posso citar agora, que são casos decorrentes de alguns traumas. Por exemplo, uma pessoa que passou por um assalto à mão armada, um roubo de carro, ela tem uma sensação de perda e de falta de controle. Ela não tem mais o controle da situação. Então, o que acontece? Quando ela percebe que não tem o controle de tudo, que ela não é autônoma, ela começa a achar que não é capaz de mais nada. Então ela pode também entrar no processo de pânico.
A síndrome do pânico, o transtorno do pânico, tem cura?
Tem. Todo processo depressivo tem cura. Não digo que a pessoa vai ficar totalmente normal e não vai precisar mais de medicação. Pode acontecer de precisar de medicação. Por exemplo, eu tenho uma característica de cardiopatia. Eu não sofro do coração, não tenho dor, não tenho problema nenhum, mas eu sou obrigado a tomar medicação para manter controle. Então, a pessoa que passa por um processo depressivo, de uma síndrome, ela vai viver normalmente, porém, ela necessita, vez ou outra, de recorrer à medicação no momento de ansiedade, no momento de falta de sono, no momento de uma situação nova. Isso não significa que ela esteja com a síndrome do pânico, ela tem tendência a ter. Então é um processo que nós chamamos em psicologia de evitação. Então, para evitar que ela tenha o problema, ela vai ter que tomar uma medicação. Então, a síndrome do pânico, ela pode ser tratada sim, tratada com a psicologia, com a psiquiatria, que vai indicar a medicação. Eu sempre falo que todo e qualquer problema emocional, é fundamental ter presença de alguém que a compreenda, que possa ajudar e que esteja junto. Uma pessoa que tem um problema emocional e que fique sozinha, que não tem ninguém, fica muito mais difícil de se recompor.
Como que é o tratamento?
Primeiro o médico vai diagnosticar. É necessária uma consulta com o médico, normalmente o psiquiatra, que vai avaliar a ansiedade que a pessoa sente. Por exemplo, uma pessoa que está com a síndrome do pânico e tem medo de que vai acontecer alguma coisa, ela tem medo de morrer, ela tem medo de faltar o ar. Aí, gera ansiedade, gera uma tensão, um pânico. Ela fica passando mal, ela tensiona totalmente e não consegue respirar direito, o batimento cardíaco aumenta muito e ela acha que vai desmaiar, o que na verdade não acontece, mas ela tem a sensação que vai acontecer tudo isso. Então, normalmente a psiquiatria vai aliviar essa questão do sintoma. A psicologia vai tratar da causa. O médico trata do sintoma e o psicólogo, vai tratar da causa, então ele vai lá trabalhar com a pessoa e descobrir onde isso começou, porque que isso começou, desmistificar a razão do medo e descobrir na pessoa que ela tem potenciais de enfrentar tudo e que aquele pânico dela, na realidade, é uma fantasia. É preciso também que tenha alguém na família que estimule, que até às vezes força a situação e faça ela experimentar, ela enfrentar a situação.
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