Por Jorge Lorente Em Palavras de Vida Atualizada em 13 JUN 2020 - 17H31

O Reino dos Céus está próximo

Formados por Jesus na escola do Reino, os apóstolos são enviados ao mundo, a fim de anunciar a todos a chegada do Reino dos Céus. Mateus dirige este seu discurso para uma comunidade viva e entusiasta, empenhada na missão





Neste domingo, dia 14 de junho, a Palavra que vamos refletir nos recorda a presença constante de Deus no mundo e a vontade que Ele tem de oferecer aos homens salvação e vida plena. No entanto, a intervenção de Deus na história humana concretiza-se através daqueles que Ele chama e envia para serem sinais vivos do Seu amor e testemunhas da Sua bondade.

Primeira leitura – Ex 19, 2-6

A primeira leitura, tirada do livro do Êxodo, nos apresenta o Deus da aliança, que elege um Povo para com ele estabelecer laços de comunhão e de familiaridade; a esse Povo, Deus confia uma missão sacerdotal: Israel deve ser o Povo reservado para o serviço de Deus, isto é, para ser um sinal de Deus no meio das outras nações. Ocorre que, Israel comprometeu-se com o Senhor, mas, durante a ausência de Moisés, no alto do monte, o Povo construiu um bezerro de ouro para representar Deus. Moisés então, intercedeu pelo Povo e Deus renovou sua aliança com Israel. Convém ressaltar que a iniciativa da aliança é de Deus: é o Senhor que convoca Moisés e propõe, através dele, uma aliança. A iniciativa de estabelecer laços de comunhão e de familiaridade com o seu Povo é sempre de Deus. Essa aliança que Deus propõe é uma realidade que envolve toda a história do Povo. Em três momentos Deus propõe a aliança e, cada um deles focaliza um tempo: passado, presente e futuro. É uma relação que aponta toda caminhada do Povo de Deus. No primeiro momento Deus se refere ao passado. Faz referência à libertação da escravidão do Egito ao dizer: “vistes o que Eu fiz aos egípcios e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe para mim”. Tudo isso resulta do compromisso que Deus assumiu com Israel, ainda antes da aliança do Sinai. A segunda estrofe se refere ao presente. O Senhor convida Israel a aceitar e estabelecer com Ele laços de comunhão e de familiaridade. Para que isso aconteça, Deus pede a Israel que escute a sua voz e guarde a aliança, pois os seus mandamentos são as exigências com que o Povo deve se comprometer. A terceira estrofe se refere ao futuro. Se Israel aceitar comprometer-se com Deus numa aliança, Deus oferecerá ao Povo uma relação especial, que o tornará o Povo eleito entre todos os povos da terra. Será também um reino de sacerdotes, um povo cuja missão é testemunhar Deus e torná-lo presente no mundo. Será, portanto, uma nação santa, um Povo à parte, separado do convívio dos outros povos para se dedicar exclusivamente ao serviço de Deus.

Salmo – 99 (100)

O salmo 99 é um hino de louvor, cantado em ação de graças, durante a procissão rumo ao Templo. O salmista cantava: “Sabei que o Senhor, só Ele, é Deus, nós somos seu povo e seu rebanho!” E, aparentemente, o povo que seguia em procissão, repetia este refrão: “Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!” O motivo do louvor é o reconhecimento de que o Senhor é o único Deus vivo. Ele criou o povo e dele cuida como pastor. A bondade de Deus se confirma no fato de que Ele se alia ao povo, é um aliado permanente que mantém para sempre o seu amor fiel.

Segunda leitura – Rm 5, 6-11

A segunda leitura sugere que a comunidade dos discípulos é fundamentalmente uma comunidade de pessoas a quem Deus ama. A sua missão no mundo é dar testemunho do amor de Deus pelos homens, um amor eterno, inquebrável, gratuito e único. Nesta sua carta aos romanos, Paulo ressalta que todos nós seremos justificados, isto é, recebermos, de forma totalmente gratuita uma salvação, apesar de não merecida, como prova de que Deus muito nos ama. O amor de Deus pelos homens é, para Paulo, algo espantoso, e é esse espanto que ele procura transmitir aos cristãos de Roma. Para Paulo, a história da salvação é uma incrível história de amor. Como o ser humano, contando apenas com as suas forças, não conseguiria superar a situação de escravidão, de egoísmo e de pecado em que vivia Deus enviou o seu Filho ao mundo. Jesus ofereceu toda a sua vida, até à sua morte de cruz, para que os homens percebessem que o egoísmo gera sofrimento e morte e que só o amor gera vida e felicidade sem fim. Dessa forma, Deus salvou os homens da escravidão, do egoísmo e do pecado e ofereceu-lhes, de forma totalmente gratuita, a salvação. O mais incrível, no entanto, ressalta Paulo, é que tudo isto aconteceu quando éramos, ainda, pecadores. Trata-se de algo incompreensível do ponto de vista humano. Uma atitude totalmente contrária à lógica humana. Nós talvez aceitássemos morrer por alguém a quem amamos muito, mas em nenhum caso estaríamos dispostos a dar a nossa vida por alguém egoísta, orgulhoso e auto-suficiente. No entanto, Deus ama de tal forma todos os homens e mulheres, que aceitou que seu próprio Filho morresse para saldar as dívidas de todos os pecadores. O amor de Deus é verdadeiramente um amor inexplicável. Paulo acrescenta ainda que, se Deus nos amou desta forma quando éramos pecadores, com muito mais razão nos amará agora que nos reconciliamos com Ele. Esse amor que nada nem ninguém conseguirá apagar é para nós garantia de vida em plenitude.

Evangelho – Mt 9,36 - 10,8

O Evangelho, segundo Mateus capítulo 9, do versículo 36 até o capítulo 10, versículo 8, nos traz o discurso da missão. Nele, Mateus apresenta uma catequese sobre a escolha, o chamamento e o envio de doze discípulos, que representam a totalidade do Povo de Deus, para anunciar o Reino. Os doze discípulos são os continuadores da missão de Jesus, são aqueles que Jesus chamou, que responderam positivamente a esse chamamento e seguiram Jesus. Durante a caminhada que fizeram com Jesus, escutaram os seus ensinamentos e testemunharam os seus sinais. Formados por Jesus na escola do Reino, eles podem agora ser enviados ao mundo, a fim de anunciar a todos os homens a chegada do Reino dos Céus. Mateus dirige este seu discurso para uma comunidade viva e entusiasta, profundamente empenhada na atividade missionária. No entanto, as dificuldades encontradas no anúncio do Evangelho e as perseguições que encontravam, deixaram essa comunidade desorientada e perturbada. Neste contexto, Mateus compôs uma espécie de manual do missionário cristão, que ressalta a missão em Jesus Cristo, apresenta os conteúdos do anúncio que os discípulos são chamados a proclamar e define as atitudes fundamentais que os missionários devem assumir. No envio dos discípulos está presente o amor e a solicitude de Deus pelo seu Povo. Não esqueçamos, portanto, que Deus nunca se ausentou da história dos homens; Ele continua construindo a história da salvação e insiste em levar o seu Povo ao encontro da verdadeira liberdade, da verdadeira felicidade, da vida definitiva. Resumindo: Jesus não chama apenas um grupo de especialistas para segui-lo e dar testemunho do Reino. Os doze representam a totalidade do Povo de Deus. É a totalidade de missionários existentes no mundo que é enviada, eu, você, todos os seus discípulos, a fim de continuar a obra de Jesus no meio dos homens e anunciar a todos a Boa Nova do Reino. 

Acompanhe, ao vivo, Palavras de Vida, pelas ondas da Rádio Imaculada (1490 AM, na Grande São Paulo; 107,1 FM, em Atibaia - SP, 97,3 FM, em Maceió - AL e 580 AM, em Campo Grande - MS), ou pelo aplicativo Milícia da Imaculada. O quadro é apresentado por Jorge Lorente, às 9h (horário de Brasília; 8h em Campo Grande - MS), aos domingos.

Comece bem o seu dia encontrando-se com o Senhor por meio da Lectio Divina. Renove diariamente a sua Consagração a Nossa Senhora e evangelize conosco: Seja mílite!

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