Por Túlia Savela Em Homilia do dia

Guardar a vida e buscar o céu

Padre Roberto Gomes, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Vila Planalto), em Campo Grande - MS, medita Jo 6,60-69 e convida a buscar o Céu, não aquele distante de nós, mas o que há em cada coração




Padre Roberto Gomes, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Vila Planalto), em Campo Grande - MS, medita Jo 6,60-69 e convida-nos a buscar o Céu, não um céu longe, distante de nós, mas aquele que há em cada coração.

Confira a leitura do Evangelho e a Homilia do Dia, pela TV Imaculada:

Confira a homilia, na íntegra:

Caríssimos, vamos meditar hoje a frase de Pedro do Evangelho: “A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna". Anteriormente, nos versículos que antecedem a leitura de hoje, Jesus fala que Ele é o Pão da Vida. Jesus afirma que Ele é o Pão Imperecível. Ao falar isso, o Catecismo da Igreja, da nossa Igreja, número 1701, diz: “O ser humano, a pessoa humana, foi feita dotada de um espírito imortal, e a imortalidade do ser humano se fortalece na bem-aventurança. E o que é a bem-aventurança? É fazer o bem e afastar-se do mal. O Catecismo ainda continua: Pela razão, o homem acessa Deus e, ao cessar Deus, o homem escuta a voz de Deus, e Deus conduz à perfeição do amor, ou seja, se existe a palavra “sina” somos destinados a amar e o amor eterniza a vida.
São João, nós sabemos bem que é o discípulo do amor, quando Jesus ressuscita, Pedro e ele vão ao encontro, e João faz questão de narrar que o discípulo Amado corre mais rápido. Isso quer dizer: o amor edifica. Isso é bem claro na comunidade nascente, em Atos dos Apóstolos: a Igreja unida, a Igreja fortalecida, reconhecendo os portentos de Deus.
Lembrando que João vai colocar, no seu último capítulo, a pessoa de Pedro, quando encontra o ressuscitado. Jesus pergunta para Pedro por três vezes: “Pedro, tu me amas?”. E Pedro afirma: “Tu sabes tudo. Tu sabes que te amo!”. E é justamente neste amor que Pedro se sentirá encorajado a levar a Boa Notícia.
São João da Cruz, no século XVI, dizia: “Se olharmos para Deus e voltar o nosso olhar para o ser humano, vamos ver um ser incapacitado, necessitado da Graça de Deus, mas se olharmos somente para o ser humano, veremos um ser miserável”.
A liturgia de hoje nos convida a isso: Buscar o céu.
Elizabeth da Trindade, monja santa, canonizada no ano passado, dizia: “Encontrei o céu na terra. O céu é Deus e Deus está no íntimo da minha alma”.
Aliás Santo Agostinho já dizia: “Deus escondeu o amor no lugar mais difícil, no coração humano. Acessar o coração da razão, como dizia Tomás de Aquino. Não é o coração da emoção, não é o coração do sentimento apenas, porque, para acessar o coração da emoção, do sentimento, Tomás de Aquino dizia que esses são os desejos naturais. O desejo sobrenatural é a nossa razão que nos ajuda a conhecer e a buscar a Deus.
Apesar de que a nossa razão, às vezes, é contaminada pelo cientificismo. Uma vez, eu vi uma homilia de um padre que dizia: “O ser humano afastou-se demais de Deus. Outrora, o ser humano, quando vinham as tempestades, rezava para que os raios não caíssem naquele lugar, pedindo a Santa Bárbara. Hoje, o ser humano colocou um pára-raio e não reza mais”. E ele dizia: “É preciso encontrar o equilíbrio. Não precisamos deixar de lado o pára-raio, mas não podemos esquecer de Deus”.
É justamente isso nas palavras de Pedro: “A quem iremos, Senhor?” Não podemos esquecer de Deus, por isso Atos dos Apóstolos vai colocar: “Eles seguiam com temor . O que é esse temor? Às vezes, a gente pensa que esse temor é medo de Deus, mas esse temor é o cuidado de não magoar, de não ferir Deus. Apesar de que Deus não pode se magoar, porque Ele é Deus, Ele ama sempre. Mas ter o cuidado de não ferir Deus a ponto de Santa Teresinha do Menino Jesus dizer: “O temor me paralisa, o medo de ferir Deus me paralisa, mas o Amor me faz ir adiante”. É justamente isso: nós somos convidados a amar, como diz uma música profana: Amar como se não houvesse o amanhã.
A perfeição humana é o amor. Quando nós negamos o amor, diz o Catecismo da Igreja Católica, o amor a Deus e ao próximo, nós nos afastamos de Deus.
Então, vamos nos perguntar, nestes tempos de pandemia: Estamos cuidando do amor? Estamos nos aproximando de Deus, não por medo de ir ao inferno, mas porque não queremos ferir o coração de Deus, a graça de Deus sobre nós? Perguntamos: Como estamos vivendo a pandemia? Cremos que somos homens e mulheres para o céu ou para a morte, ou para o dinheiro? O vírus existe, mas, como dizia Santo Agostinho, não foi a morte que predominou sobre a vida, mas a vida superou a morte.
Precisamos superar este tempo com resiliência, sem fugir, sem nos esconder, mas guardar, guardar a vida, guardar os que amamos, e também aqueles que não amamos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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Por Túlia Savela, em Homilia do dia

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