Ultrapassar o que nos separa
Acorda cedo, escolhe um punhado de roupas, toma um banho rápido, café improvisado, escova os dentes, pega a mochila e vai pra rua. O celular se torna refúgio para o ônibus apertado que conduz para escola, trabalho ou faculdade. O cansaço bate na porta e faz do banco, leito para espantar o estresse da correria. Chegando no destino, um sorriso de canto de boca diz bom dia pra que enfim ele comece.
Perdemos oportunidades durante este itinerário. A rua do ponto de ônibus esconde necessidades diárias, o "busão" nos cerca de histórias interessantes e de gente que pode ser ouvida. O ambiente de trabalho ou de estudo nos conecta com pessoas que participam do mesmo universo temático que a gente ou até que pertencem a um grupo completamente diferente da nossa realidade, mas que pode ser primordial pra nos fazer crescer como jovens e seres humanos melhores.
A vida do lado de fora é cheia de diversidade e vozes que são caladas pelo excesso de ocupação, a nossa própria voz vira sussurro solto no meio da rotina sendo que um espaço de troca de experiências pode até amplificar a mensagem que temos pra dizer. Precisamos nos permitir! Parar pra pensar, pensar pra viver, observar para entender e entender para questionar. A juventude tem uma força revolucionária que não pode ser abafada pelas repetições forçadas pelo calendário da vida.
Nos palcos, a única coisa que separa a arte do espectador é uma fina camada invisível que separa a fantasia do mundo real chamada de quarta parede, quando existe interação entre estes dois mundos esta barreira se quebra e o que era dividido se torna um só. Jesus foi quem primeiro quebrou paredes e protocolos ao nascer na simplicidade, ao lavar os pés dos discípulos e ao falar de amor em tempos de ódio.
O grande convite é dar restart, refazer caminhos, mudar a mente e quebrar a quarta parede! No outro podemos encontrar consolo, ter abrigo, receber conselhos, ver a face de Deus e sem se esquecer de que para o outro somos um outro também.
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