“o meu ‘obrigado’ às mulheres converte-se num premente apelo a que, da parte de todos, particularmente dos Estados e das Instituições Internacionais, se faça o que for preciso para devolver à mulher o pleno respeito da sua dignidade e do seu papel”.
Na Igreja Católica, além da solidariedade com as mulheres que sofrem, há o debate em relação a um “ministério oficial” para as mulheres. Cabe aos fiéis contribuir com as reflexões e discernir, com os bispos, sobre o caminho da Igreja e o papel de todos os fiéis.
No Documento Conclusivo do Sínodo da Amazônia, os participantes do encontro sugerem ao Papa a ordenação de mulheres como diaconisas. Reconhecem também que “nas muitas consultas realizadas na Amazônia, o papel fundamental da mulher religiosa e leiga na Igreja da Amazônia e em suas comunidades foi reconhecido e enfatizado, devido aos múltiplos serviços prestados” (101). Com ou sem um papel assinado que confirme suas funções, as mulheres dão a vida e animam as comunidades cristãs como catequistas, organizadoras, líderes e, simplesmente e sobretudo, como mães da fé. O Sínodo indica que é necessária uma visão de Igreja em comunhão que abarque esta realidade tão importante estabelecendo “uma sincronia entre a comunhão e a participação, entre a corresponsabilidade e a ministerialidade de todos, dando especial atenção à participação efetiva dos leigos no discernimento e na tomada de decisões, potencializando a participação das mulheres” (92).
Em março deste anos, o Papa Francisco deve publicar uma Exortação Apostólica sobre a Amazônia respondendo às contribuições do Sínodo realizado em 2018. Cabe aos fiéis, com os pastores, aguardar e, posteriormente, interpretar em suas realidades as orientações do Papa. O fato é que as mulheres exercem papeis fundamentais na sociedade, na vida cristã e nas famílias de forma heróica e gratuita. Talvez a doação da mulher sem esperar títulos e recompensas seja uma luz para superar o egoísmo e a busca de poder em diversos campos da sociedade e, por vezes, na Igreja. A elas devem ser dirigidas, no documento do Papa, palavras e atitudes em relação à Amazônia e aos novos caminhos para a evangelização na região.
Ao concluir o Concílio Vaticano II, em 1965, o Papa Paulo VI dirigiu uma mensagem às mulheres. O pontífice proferiu palavras de gratidão e apoio. Diante das transformações que a sociedade passava na década de 1960, o Papa afirmou “a hora vem, a hora chegou, em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire na cidade uma influência, um alcance, um poder jamais conseguidos até aqui”. Estas conquistas femininas, segundo o Papa, traziam um desafio e uma importante missão. De forma enfática, o Papa Paulo VI declara a grandiosidade da missão da mulher na Igreja e no mundo ao afirmar que “neste momento em que a humanidade sofre uma tão profunda transformação, as mulheres impregnadas do espírito do Evangelho podem tanto para ajudar a humanidade a não decair. Mulheres de todo o universo, cristãs ou não, vós a quem a vida é confiada neste momento tão grave da história, a vós compete salvar a paz do mundo”.
O papel da mulher foi bem destacado pelo Papa João Paulo II em uma carta dirigida às mulheres em 1995. Nela, o Papa expressa a gratidão: “Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas”. Certamente o Papa expressou um reconhecimento que toda a sociedade precisa ter. São importantes as ocupações de lugares de destaque e a inserção na vida política, mas, à mulher, precisamos dirigir também nossa gratidão de forma constante.
O reconhecimento oficial que podemos dirigir a todas as mulheres é, sem dúvida, a gratidão. Disse o Papa João Paulo II: “o meu ‘obrigado’ às mulheres converte-se num premente apelo a que, da parte de todos, particularmente dos Estados e das Instituições Internacionais, se faça o que for preciso para devolver à mulher o pleno respeito da sua dignidade e do seu papel”.
Ao recordar o dia Internacional da Mulher em 8 de março, as manifestações e celebrações são importantes e devem ser acompanhadas e permeadas pela gratidão. Lutas e conquistas femininas são exemplo para que a sociedade e a Igreja possa superar divisões históricas e culturais. E a gratidão é o mais importante reconhecimento oficial a quem vive de forma extraordinária e dá a vida desde seu ventre até os mais diversos campos de atuação da sociedade.
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