Em defesa da Amazônia Legal

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No texto, os bispos se mostram sensibilizados pela situação de vulnerabilidade da Amazônia, seus povos, rios e floresta. A crise ambiental se agravou com a crise sanitária da Covid-19. Afirmam também que o cenário de devastação é motivado pelo retrocesso nas políticas de preservação ambiental e de extração sustentável da biodiversidade da região.

Os bispos fazem, ainda, um apelo às mais variadas lideranças de cristãos para que continuem atuantes na defesa da vida na Amazônia e que os pobres não sejam esquecidos.

Confira alguns trechos:

“Cristo aponta para a Amazônia”

A convocação de São Paulo VI, que repetidas vezes nos inspirou como interpelação, se configura agora como profecia: os olhares se voltam para Amazônia, pela riqueza da sua biodiversidade e de seus povos, e isto nos alegra; mas também olhares ambiciosos, que lançam sobre a região um avanço de depredação e ameaça à vida, e isto nos causa indignação. Como Igreja Católica, também nós, lançamos nosso olhar vigilante, nossa escuta contemplativa e esperançosa, nosso comprometimento inequívoco; levantamos nossa voz, renovamos os apelos à ecologia integral, ao cuidado com a casa comum, à proteção e preservação da região e renovamos nosso empenho como aliados dos povos desta Querida Amazônia”.

“Ai dos que inventam leis injustas, dos escribas que referendam a injustiça para oprimirem os pobres no julgamento” (IS 10,1-2).

“Uma série de agressões vão se acumulando neste cenário que não escapa aos nossos olhos: as ameaças às unidades de conservação, o acirramento da violência no campo e na cidade, a crise migratória, o feminicídio, a exploração sexual, o trabalho escravo, o tráfico de pessoas, entre tantas. Como se não bastassem essas crises provocadas pela intervenção humana, o fenômeno das enchentes, que pode ser agravado pelas mudanças climáticas, castiga nossas populações ribeirinhas. De olho nas águas, percebemos uma iminente crise hídrica como pauta de um próximo embate”.

“O que vos é sussurrado ao ouvido, proclamai-o sobre os telhados” (MC 10,27)

 Exortamos, às mais variadas lideranças de cristãos leigos e leigas, que não desanimem da luta, que renovem continuamente o senso de comunhão eclesial, que a paixão pelo Reino de Deus seja sempre alimentada, e que a sensibilidade para com os mais pobres seja permanente.