Por Ana Cristina Ribeiro Em Formação

A história de fé e luta por justiça de Dorothy Stang

Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores!




Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy, era uma religiosa estadunidense naturalizada brasileira. Pertencia às Irmãs de Nossa Senhora de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiart e Françoise Blin de Bourdon. Mais de duas mil mulheres participam desta congregação internacional, realizando trabalhos missionários nos cinco continentes.

Em 1948, Dorothy ingressou na vida religiosa e começou sua missão sendo professora. Veio para o Brasil no ano de 1966, e deu início à sua missão na cidade de Coroatá, no Estado do Maranhão. Esteve presente na Amazônia desde a década de 1970 e se destacou junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu. Sua principal atividade pastoral era gerar emprego e renda para combater a destruição em áreas degradadas.

Sua missão incluía reduzir os conflitos entre latifundiários e indígenas, muito comuns naquela região. Atuou fervorosamente em movimentos sociais no Pará e tinha um trabalho grandioso de sustentabilidade, que ganhou reconhecimento nacional e internacional.

Participou ativamente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e conduziu com firmeza e solidariedade as lutas dos trabalhadores do campo e da região da rodovia Trasamazônica, no Pará. Tinha um diálogo coerente com as lideranças camponesas, políticas e religiosas, sempre buscando soluções justas para amenizar os conflitos relacionados à posse e exploração de terras.

Em 2004 recebeu premiação da Ordem dos Advogados do Brasil (seção Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos.

Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, mas nunca se deixou intimidar. Na manhã de 12 de fevereiro de 2005, Irmã Dorothy foi assassinada, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu, no Estado do Pará.

Tornou-se uma referência de fé e justiça no cenário dos conflitos agrários no Brasil e seu nome associa-se aos de tantos outros homens, mulheres e crianças que morreram e ainda morrem sem ter seus direitos respeitados.

Escrito por
Ana Cristina
Ana Cristina Ribeiro

Graduada em Jornalismo e licenciada em Letras, atua no Departamento de Redação da MI como jornalista responsável pela revista "O Pequeno Mílite" desde 2016.

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