Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em A Santa Missa

Viver uma vida para Deus

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O Frei Sebastião Benito Qualio (OFM Conv.) presidiu a Santa Missa, no Santuário da Milícia da Imaculada, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e comentou a Primeira Leitura (1Cor 7,25-31) e o Evangelho de hoje (Lc 6,20-26).

Frei Sebastião destacou que na primeira leitura temos que considerar uma situação muito especial: no começo, todos, inclusive São Paulo, achavam que o fim do mundo era iminente. Tanto é verdade que ele escreve como se o mundo fosse acabar naqueles dias e todos seriam arrebatados como num piscar de olhos.

Esse era o pensamento naquele momento. Muitos já estavam desistindo de tudo e nem trabalhavam mais. São Paulo, com o decorrer do tempo foi analisando melhor a situação. Por isso que a leitura leva a decisões tão radicais. Mas o que vale é dar importância para a própria vida e vivê-la para Deus. Não sabemos quando o mundo vai acabar para nós.

O Evangelho de hoje é sobre as bem-aventuranças, seja de São Mateus ou de São Lucas são o coração do Evangelho, porém São Mateus descreve todas as bem-aventuranças e São Lucas as coloca mais como ameaças, “ai de vocês ricos”.

Qual é a lição que nós temos que aprender? A principal é saber entrar em si. Lembrando o Filho Pródigo, que abandonou o pai, pegou tudo que ele era dele e foi embora. Depois, naquele lugar veio uma grande seca; uma grande fome; ele perdeu tudo e teve que pedir trabalho numa fazenda para cuidar de porcos.

Naquele tempo, para os hebreus, isso era um absurdo. Então ele finalmente caiu em si, ou seja, entrou dentro dele; viu a verdade; percebeu a sua miséria, mas automaticamente, pensou no caminho de retorno.

Acredito que todos nós somos assim, estamos num mundo muito pesado; ameaçador; inseguro; cheio de problemas; trabalho; família; saúde; alimento. Às vezes isso nos desperta.

Acredito que as bem-aventuranças nos convidam a entrar em nós para perceber este mundo, que nos pertence, pois somos filhos de Deus. Tudo passa a ter sentido em nossa vida, quando interiorizamos o que somos. Se não for assim, a nossa vida é uma guerra, uma competição, uma busca constante, isto nos deixa assustados. Pensemos na própria pandemia, é impressionante como a depressão está tomando conta das pessoas. Elas acabam se sentindo sozinhas e não conseguem entrar em si e se encontrar, encontrar Deus. Não sabem nem chorar.

Quem sabe chorar consegue até ter um relax interior das suas angústias. Faz bem, pois finalmente se consegue desbloquear e sentir as coisas de um modo diferente, mais produtivo e mais amoroso.

O mundo apresenta tantas coisas; soluções rápidas; tantas novidades, que nos envolvem; tantas mudanças que ficamos perdidos. Quando entramos dentro de nós começamos a descobrir a presença de Deus, sentimos a ternura Dele. Não mergulhamos nos nossos pecados, que fazem parte da nossa história, mas Deus, que cuida de nós, tem uma força que supera os pecados, supera o medo e a angústia.

Assim, com as bem-aventuranças, podemos ter um jeito novo de viver mais voltados para nós mesmos e é preciso que seja assim. A cura está dentro de nós! Amém.

Milícia da Imaculada · Evangelho e Homilia 09 09 2020

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