O Cristo Ressuscitado, ao aparecer aos discípulos, diz-lhes: “Paz a vós” (v.21). Não se trata de uma saudação convencional nem mesmo de um simples desejo tal como: a paz esteja contigo! Trata-se da comunicação efetiva do dom supremo da Paz que, na perspectiva do Antigo Testamento, consiste na presença de Deus no meio de Seu povo.
Com efeito, Shalom, paz em hebraico, possui um sentido muito amplo e rico. De maneira geral, está ligado à inteireza e à restauração da integridade e, por extensão, à reconciliação. Portanto, ao dizer: “Paz a vós” mostrando as mãos e o lado, isto é, os sinais visíveis de Sua crucificação, Jesus quer dizer que, por Sua Paixão, Morte e Ressurreição, reconciliou o mundo com Deus, restaurando assim, a totalidade da criação. De fato, em seguida, Ele repete o “Paz a vós” e, soprando sobre os discípulos, diz-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (v.22). Ora, esse gesto evoca o ato criador quando Deus fez o homem do barro e lhe insuflou um sopro de vida (cf. Gn 2,7).
Portanto, a Paz que Cristo Ressuscitado comunica é uma nova criação. Ele comunica o Espírito que faz o homem renascer, capacitando-o a partilhar da comunhão divina. Ele é o Filho que tem a vida em Si mesmo e dela dispõe em favor dos Seus. O sopro d’Ele é o sopro da Vida Eterna.
O fato de os discípulos receberem o Espírito Santo os torna missionários: “Como o Pai me enviou eu também vos envio” (cf. Jo 20,21). Eles se tornam, portanto, plenamente colaboradores da reconciliação realizada por Jesus Cristo. Com efeito, dizer que os discípulos podem perdoar e reter pecados é uma forma bíblica de dizer que Jesus Ressuscitado lhes transmitiu a totalidade do seu poder misericordioso e que, de agora em diante, eles podem agir em Seu próprio nome e com Sua mesma autoridade.
Em seguida, apresenta-se a cena de Tomé, o apóstolo que passou à memória coletiva como modelo do descrente, aquele que “tem de ver para crer”. Na verdade, ele é o exemplo do discípulo que lentamente caminha para a fé autêntica.
A frase de Nosso Senhor: “Felizes os que creem sem ter visto” (cf. 20,29), que poderia parecer uma repreensão a Tomé por sua suposta incredulidade, na verdade, não se refere a Tomé, mas aos discípulos futuros já distantes das origens cristãs.
O cristão não deve lamentar essa distância e considerar-se em desvantagem em relação aos discípulos que foram testemunhas oculares de tudo o que aconteceu a Jesus. O testemunho ocular dos primeiros discípulos de Jesus é uma experiência inicial que não pode ser repetida. Foi concedia àqueles discípulos da primeira hora não como privilégio pessoal, mas em vista das gerações futuras que hão de abraçar a fé pela escuta da Palavra transmitida com a força do Espírito e não mais com os sinais visíveis da Presença do Senhor.
A atitude de Tomé deve ser vista em relação com a de Maria Madalena (v.15) e com a do discípulo amado (v.8). Isto é: cada uma delas representa uma caminhada singular de adesão ao Mistério do Filho de Deus que cada discípulo é chamado a fazer.
O Senhor é Único e o seguimento é único, mas como se chega ao seguimento e à maneira de exprimi-lo está sempre ligado à história pessoal. Para muitos cristãos de berço, a primeira instância de contato com Jesus Cristo é o ambiente familiar, para outros, porém, ocorre de modo diferente. Contudo, cada qual deverá, depois, encontrar o Senhor por meio da escuta da Palavra e tornar Seu seguimento cada vez mais esclarecido e assimilado pessoalmente.
Fonte: O Mílite
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