Na catequese e ao longo da vida, aprendemos que Jesus é pacífico, bondoso, misericordioso, mas no trecho do evangelho de hoje, ele afirma que não veio trazer paz e sim divisão, que veio incendiar a terra e queria que ela já estivesse toda em chamas. Tais declarações nos deixam desconcertados e ficamos a nos perguntar: que significa isso?
Jesus se expressava na linguagem religiosa do seu tempo. Experimentava o Reino de Deus como uma força irresistível que o tomava por completo e que o Espírito Santo estava sobre ele como fogo a queiram-lhes as entranhas. Por isso não diz apenas que deve administrar um batismo de fogo, mas que ele mesmo deverá ser imerso nesse batismo e deseja isso ardentemente.
É claro que Jesus veio trazer a paz, mas não uma paz cômoda e fácil de alcançar. Disse ele:
“A paz vos dou, a paz vos deixo, mas não como o mundo a dá”
Jó 14:27
A paz por Jesus oferecida é exigente, baseada na adesão e livre escolha. É um apelo à liberdade. Portanto, Jesus abre caminho também para o desacordo. Não força ninguém a estar de acordo com ele.
Ninguém pode ser forçado a amar o próximo como a si mesmo. Ninguém pode ser obrigado a entregar a própria vida por amor. Contudo, nisto consiste a paz que Jesus veio trazer. A passagem do evangelho de hoje retrata momentos históricos de dura perseguição por que passou a primitiva comunidade cristã. Por causa da fidelidade a Cristo, os cristãos experimentavam inúmeras provações, inclusive rupturas de vínculos familiares. Leia MaisPapa Francisco envia carta para crianças do SergipeNascidos em agosto já podem fazer Saque-AniversárioAcolhendo o dom de DeusPapa no Angelus: é bom se tornar rico, mas rico segundo Deus
Ser discípulo e discípula do Senhor é uma graça, mas não uma graça barata. Em alguns momentos, pode-nos custar muito caro seguir Jesus, assumindo as consequências da comunhão com ele. Entre tantas coisas, podemos, por exemplo, ser taxados de retrógrados, seguidores de ideias ultrapassadas sem conexão com o mundo atual por defendermos a vida desde a concepção ao seu natural declínio; de comunistas por defendermos os direitos dos pobres e nos engajarmos na promoção da fraternidade, solidariedade e partilha.
Por causa de nossa opção por Cristo, podemos ainda sofrer incompreensões mesmo entre parentes e amigos. Inclusive os próprios laços familiares e de amizade podem constituir obstáculos ao seguimento. Temos de tomar posição também em relação a isso.
Não significa que tenhamos de ser frios e desnaturados com os parentes e amigos. Trata-se de sermos maduros e livres nos laços de afeto, sem nos condicionarmos a preencher expectativas lançadas sobre nós e ficarmos dependentes de vínculos afetivos de forma a dificultar a plena comunhão com Cristo.
Para ser autêntico, o seguimento de Jesus tem de ser inegociável, sem concessões. Temos de aprender a deixar os mortos enterrarem os mortos e colocar a mão no arado sem olhar para trás. É necessário saber: seguir a Jesus é uma decisão de máximo alcance e acarretadora de consequências vultosas. Se Jesus mesmo padeceu incompreensões e rejeições, tendo inclusive de passar pela prova extrema da Paixão, não será tão diferente com os que o seguem.
Fonte: O Mílite
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