Por Jorge Lorente Em Formação

Limpos e completamente curados

“Naamã chegou com seus cavalos e seu carro, e parou na frente da casa de Eliseu. Então Eliseu mandou um mensageiro até Naamã com esta ordem: ‘Vá e se lave sete vezes no rio Jordão. Seu corpo ficará limpo, e você ficará curado’” (2RS 5,9-11.14)

Divulgação
Divulgação


Diante de uma intensa tempestade, com ondas altíssimas, um navio acabou afundando. Por falta de coletes salva-vidas suficientes, dezenas de pessoas morreram. Entre os sobreviventes havia um senhor, bem idoso, que mesmo sem colete chegou à praia agarrado em um pedaço de madeira, que se soltou do navio.

Quando lhe perguntaram como pôde vencer aquela maré violenta, à qual nem mesmo o navio resistiu, calmamente, ele respondeu: “Coisa de Deus, meu filho, coisa de Deus! Primeiro Ele providenciou uma prancha para mim, e eu, de minha parte, respeitei o poder das adversárias. Quando uma onda, com toda sua força, me atirava para o alto, em respeito ao seu poderio, eu abaixava a cabeça. Agi assim, até ser jogado na praia”.

Esse gesto de respeito e de humildade me fez lembrar de Naamã, poderoso comandante do exército sírio. A lepra, como toda doença, não escolhe classe social, raça ou cor. Apesar de sua riqueza, de ter muitos soldados e servos sob o seu comando, o comandante era um leproso, que nunca admitiu que o título de herói de guerra não foi conquistado por ele mesmo, mas sim porque, através dele, o Senhor deu a vitória aos sírios.

Naamã ainda não havia se dado conta disso e seu orgulho precisava ser quebrado. Sua posição privilegiada fazia dele um homem arrogante. Porém, qual não foi a sua surpresa quando chegou à porta da casa de Eliseu e não havia nada preparado para recebê-lo, a não ser um servo para lhe transmitir o recado do profeta.

O fato de Eliseu não recebê-lo pessoalmente foi entendido pelo poderoso comandante como um grave insulto. Isso feriu a posição e a autoridade do comandante, feriu o seu ego, feriu o seu orgulho.

A lepra maligna de Naamã não estava apenas na pele, mas também no coração. Ele precisava se despir da sua arrogância, da prepotência, e vestir-se de humildade, de confiança no único e verdadeiro Deus.




Ao acatar os conselhos de seus soldados, ainda descrente, ele fez o que Eliseu havia dito: mergulhou sete vezes no rio Jordão. Importante salientar que ele não ficou curado quando mergulhou uma vez, nem quando mergulhou por três, nem seis, mas sim, por sete vezes.

Como Naamã, nós sempre buscamos respostas rápidas e soluções práticas. Não confiamos plenamente e queremos ver nossos problemas resolvidos num passe de mágica. Pulamos etapas e não seguimos, passo a passo, o que Deus nos pede.

Assim como o comandante precisou mergulhar sete vezes para receber a cura, Deus continua nos dizendo que precisamos fazer o que Ele nos pede de maneira perfeita, seguir passo a passo, sem buscar atalhos e vendedores de milagres, para que Ele possa nos conceder a solução perfeita.

O número sete representa a perfeição de Deus para a nossa vida. E assim como a pele de Naamã não foi apenas restaurada, mas se tornou como a carne de uma criancinha, o Senhor promete que, se confiarmos e formos fiéis aos Seus ensinamentos, Ele nos tornará limpos e completamente curados da lepra do pecado.

Escrito por:
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Espiritualidade, em Formação

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.