Formação

Não deixemos que nos roubem a alegria

“ O segredo da alegria de Jesus: o amor inefável com o qual ele sabe que é amado pelo Pai." (Paulo VI)

Escrito por Túlia Savela

13 SET 2019 - 13H44 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 14H54)

Por Missionárias da Imaculada-Padre Kolbe, de Harmeze, na Polônia

“Não deixemos que nos roubem a alegria” é um convite que o Papa Francisco dirige a todos: jovens, consagrados, leigos comprometidos, padres e religiosos. A alegria, de fato, é uma das características da vida cristã e não se pode ser cristão e não viver na alegria.

Jesus diz a seus discípulos: “Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Apesar dessa certeza de fé, muitas vezes nos sentimos tristes, deprimidos, desanimados. A sociedade do bem-estar multiplica as oportunidades de prazer, mas não consegue obter alegria. Todos nós experimentamos que dinheiro, conforto e segurança material não bastam para nós. Onde está o segredo da verdadeira alegria, que Jesus nos prometeu? Paulo VI escreve: “O segredo da alegria de Jesus: o amor inefável com o qual ele sabe que é amado pelo Pai. É uma presença que nunca o deixa só” (Gaudete in Domino, n. 24). Este também deve ser o segredo da nossa alegria: “Deus nos ama com o coração de um Pai. E esse é o princípio da alegria. O fogo do amor de Cristo faz transbordar essa alegria e é suficiente para incendiar o mundo inteiro” (Papa Francisco, 7 de setembro de 2017).

É um fogo a ser aceso e mantido vivo todos os dias na oração, na escuta da Palavra de Deus, na contínua experiência de seu Amor ao se entregar aos outros. Por isso, na oração de consagração pedimos a Maria que nos “ajude a viver com alegria a nossa vocação”.

Consagramo-nos a Ela, Ela é a causa e a fonte da verdadeira alegria. Maria é a mulher que, carregando o Filho de Deus em seu ventre, se alegra com essa presença e na casa de Isabel sente a necessidade de manifestar sua alegria: “Minha alma glorifica o Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador” (Lc 1, 46-55). No entanto, Maria, em sua vida, enfrentou inúmeras dores e sofrimentos. Ela é a Mãe Dolorosa de pé ao lado da cruz, associada ao sacrifício do Filho inocente.

Como conciliar a alegria com os sofrimentos e as provações da vida que não faltam? Maria se sente amada pelo Senhor, “agraciada”, coloca sua alegria no cumprimento da vontade de Deus e enfrenta as provações da vida com esperança.

São Maximiliano Kolbe também extraiu essa esperança da Imaculada, razão pela qual conseguiu transformar as trevas da cela de Auschwitz em um ambiente de esperança, onde, mesmo com voz débil, se canta, se reza, se louva ao Senhor. Paulo VI escreve em sua exortação sobre a alegria: “Por fim, como não recordar uma imagem luminosa para nossa geração, o exemplo do Beato Maximiliano Kolbe, um genuíno discípulo de São Francisco? Durante as provas mais trágicas, que ensanguentaram nossa época, ele espontaneamente se ofereceu para morrer para salvar um irmão desconhecido; e as testemunhas nos dizem que o lugar do sofrimento, que geralmente era como uma imagem do inferno, mudou de alguma forma, tanto para seus companheiros infelizes quanto para ele mesmo, na antessala da vida eterna por sua paz interior, por sua serenidade e sua alegria.” (Gaudete no Domino, n. 41).

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Por Túlia Savela, em Formação

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