Por Dom Pedro Conti, bispo de Macapá, no Amapá Em Formação Atualizada em 13 OUT 2020 - 15H30

O que será?

Parece uma brincadeira, mas não é. Só uma pergunta para despertar a nossa curiosidade e sem a pretensão de saber mais do que os outros





Os discípulos procuravam a iluminação, mas não sabiam o que fosse e como consegui-la. Disse o mestre: "Não se pode consegui-la e nem agarrá-la". Vendo, porém, o olhar desanimado dos discípulos, o mestre continuou: "Não fiquem tristes. Não é possível também perdê-la". A partir daquele dia, os discípulos estão em busca daquilo que não se pode perder, mas nem agarrar. O que será?

Parece uma brincadeira, mas não é. Só uma pergunta para despertar a nossa curiosidade e sem a pretensão de saber mais do que os outros. A resposta em si, pode ser simples, mas o que tem a ver isso com o Domingo de Pentecostes que estamos celebrando? Uma coisa por vez. Talvez o que não podemos agarrar e ao mesmo tempo perder é o amor de Deus. Este amor sempre será um “dom” oferecido e dado e, portanto, só pode ser reconhecido e acolhido. Este amor não pode ser perdido, porque Deus nos ama sempre, também quando achamos não o merecer ou que ele se esqueceu de nós.

Agora chegamos ao Divino Espírito Santo. Neste domingo concluímos o Tempo Pascal e volta para nós, na liturgia, o evangelho de João do anoitecer daquele dia de Páscoa. A leitura dos Atos dos Apóstolos, com o vento e o fogo, é uma grande apresentação com imagens bíblicas da presença e da força de Deus.

O importante é perceber o valor e a extraordinariedade do “dom” do Espírito Santo. Por este “dom” os apóstolos, a Comunidade-Igreja, os cristãos, afinal, são chamados a continuar a missão do próprio Jesus.

Será esta, em primeiro lugar, uma grande ação de perdão e reconciliação.

O pecado de sempre e que deve ser perdoado uma vez por todas é o afastamento de Deus, o não reconhecimento do Seu amor e da Sua bondade. Qualquer pecado, na Bíblia, é sempre idolatria: de nós mesmos, de outros, do poder, do dinheiro, de alguma “ideologia” transformada em absoluto. Esta conversão é difícil porque sempre seremos tentados a ter medo de Deus, a fugir dele, em lugar de nos deixar amar por Ele; ou trocá-lo com algo, ou alguém, que nos atrai porque imediatamente visível e, pensamos, compensatório.

Não tem como competir. As coisas, os bens, as pessoas estão à nossa frente. Deus parece estar longe, muito acima de nós pobres mortais peregrinos neste mundo, Ele Todo-poderoso, exigente, cobrador... Melhor nos virar aqui embaixo. Depois... sabe lá. Perdoem a banalidade, mas aqui entra o papel único e “santificador” do Divino Espírito Santo, Aquele que Jesus, no evangelho de João, chama de “defensor” - consolador, Aquele que nos conduzirá no conhecimento da verdade (Jo 14,15).

Por que “defensor”? O Espírito Santo vai nos ajudar a desmascarar os enganos dos que não são “deuses”, mas que se apresentam com todo o brilho possível, com todas as promessas de poder e felicidade. Do outro lado o Espírito santo nos ajuda a reconhecer como é o verdadeiro Deus, desfaz as falsas e distorcidas imagens dele e nos conduz a contemplar aquela beleza que só pode ser do único Deus verdadeiro.

Aos poucos, nos caminhos da vida, o Espírito Santo abre os nossos olhos e o nosso coração para que, superando os enganos, encontremos a Verdade que, já sabemos, não é um conjunto de doutrinas, mas uma pessoa: Jesus, Caminho, Verdade e Vida. É o Pai que nos atrai para que nos aproximemos de Jesus (Jo 6,44). Ele quer que “ninguém se perca” (Jo 6,39).

O Espírito Santo nos faz compreender a Deus como o Amor que nos ama sempre, porque é bondoso e misericordioso. Ainda é o Espírito Santo que nos confirma na fé para que digamos, sem medo ou vergonha, que “Jesus é o Senhor” (1Cor 12,3b). Tudo, portanto, a alegria da fé, do amor, da confiança, do perdão, tudo é “dom” de Deus.

Não podemos perder o que nos é oferecido, cabe a nós acolher e agradecer. Que bom que seja assim, porque talvez a “fé” à qual, às vezes, nos agarramos tanto pode ser mais fruto das nossas ideias sobre Deus, do nosso orgulho, das simpatias com Santos e Santas, que, mesmo, do Divino Espírito Santo.

Os “catecúmenos” que eram batizados (e crismados) na noite de Páscoa, depois do Batismo eram chamados de “iluminados”. Assim deveríamos ser todos nós: iluminados.

Leia MaisPerseverantes na oraçãoMisericórdia em Ação leva alimentos a irmãos indígenasOs dons do Espírito SantoDom Pedro Conti, Bispo de Macapá, no Amapá, também participa do programa A Igreja no Rádio, que vai ao ar, diariamente, em duas edições, pela Rádio Imaculada. A primeira edição ocorre das 0h às 05 (horário de Brasília; das 23h às 4h, no horário de Campo Grande), e a segunda edição é das 20h às 24h (horário de Brasília; das 19h às 23h, no horário de Campo Grande). Ouça em Radio On-line e pelo aplicativo Milícia da Imaculada. O aplicativo da MI dá acesso às redes sociais da MI e à TV Imaculada.

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