Por Diego Lima Em Formação

Ser catequista é vocação!

Um serviço ao povo de Deus, na Igreja

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No último mês de maio o Papa Francisco publicou uma Carta Apostólica sob a forma de “Motu Proprio” – ou seja, de iniciativa própria – “Antiquum ministerium”, que estabelece o ministério de catequista. Isso quer dizer que, com essa publicação, ser catequista é uma vocação especial na Igreja e é um ministério, um serviço, propriamente dito.

Este tema estava no coração do Sumo Pontífice já há alguns anos, que inclusive falou sobre isso em 2018, durante um vídeo aos participantes de uma conferência internacional sobre o tema. “Ser catequista, esta é a vocação, não ‘trabalhar’ como catequista; (...) esta forma de serviço que se realiza na comunidade cristã deve ser reconhecida como um verdadeiro e genuíno ministério da Igreja”, afirmou o Santo Padre. Agora, com a publicação deste “Motu Proprio”, essa convicção do Papa se torna formalmente instituída.

Logo no início, Francisco lembra que o ministério de catequista, apesar de ser novo, tem origens antigas, presentes no Novo Testamento, mencionado de forma incipiente pelo apóstolo Paulo ao escrever à comunidade de Corinto e aos Gálatas. “É possível reconhecer, dentro da grande tradição carismática do Novo Testamento, a presença concreta de batizados que exerceram o ministério de transmitir, de forma mais orgânica, permanente e associada com as várias circunstâncias da vida, o ensinamento dos apóstolos e dos evangelistas”, escreve o Santo Padre, destacando também uma referência ao Concílio Vaticano II, que marca desde sua realização uma crescente consciência sobre a importância da tarefa do catequista para o “desenvolvimento da comunidade cristã”.

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É necessário valorizar os leigos chamados a essa missão, exorta o Santo Padre, “sem diminuir a missão própria do Bispo – o primeiro catequista na sua diocese” – e “nem a responsabilidade dos pais relativamente à formação cristã dos seus filhos”. “Fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo”, destaca Papa Francisco, lembrando também que a presença dos catequistas nas comunidades é ainda mais importante nos dias de hoje diante da “imposição de uma cultura globalizada”, além de requerer “um encontro autêntico com as jovens gerações, sem esquecer a exigência de metodologias e instrumentos criativos que tornem o anúncio do Evangelho coerente com a transformação missionária que a Igreja abraçou”, escreve.

Ainda em “Antiquum ministerium”, o Papa redige que o catequista é testemunha da fé, mestre e mistagogo [isto é, aquele que transmite um ensinamento por meio da mística; na prática, ensina a rezar, rezando] que instrui em nome da Igreja; características que só são desenvolvidas com coerência e responsabilidade mediante a oração, o estudo e a participação direta na vida da comunidade. E receber um ministério como o de Catequista, imprime uma acentuação maior ao empenho missionário típico de cada um dos batizados, mas “deve ser desempenhado de forma plenamente secular, sem cair em qualquer tentativa de clericalização”, recomenda.




Com essa publicação, Francisco exorta que o ministério laical de catequista tem um forte valor vocacional “que requer o devido discernimento por parte do Bispo” e será instituído com o Rito de Instituição, preparado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, do Vaticano. Segundo o Sumo Pontífice, baseado no Decreto Christus Dominus (de São Paulo VI, Papa) e no Código de Direito Canônico, os catequistas devem ser homens e mulheres “de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para serem solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”, além de serem colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos e “animados por verdadeiro entusiasmo apostólico”.

No final da publicação, o Santo Padre convida as Conferências Episcopais (como a CNBB, no Brasil) a tornarem realidade o ministério de Catequista, estabelecendo o “caminho” formativo necessário e os critérios normativos para o acesso ao mesmo, encontrando as formas mais coerentes para o serviço e em conformidade com a Carta Apostólica, que também poderá ser recebido pelas Igrejas Orientais, “com base no próprio direito particular”. Em suma, com esta publicação do Santo Padre, podemos destacar que a catequese é vocação. O catequista não “dá aulinhas” sobre a fé, mas é testemunha e partilha sua experiência do encontro com Jesus. Vocação vem do latim “vocare”, que significa chamar: é voz de Deus que nos chama. Por isso, fiquemos atentos aos chamados do Pai. Que possamos ouvir essa voz para nos colocarmos à disposição da Igreja, independente do ministério. “Para mudar o mundo é preciso sair do sofá”, afirma o Santo Padre, para que sejamos transformadores do mundo! Até a próxima!

Escrito por
Diego Lima
Diego Lima

Jornalista e consagrado a Nossa Senhora pelo método de São Maximiliano Kolbe, Diego escreve para a revista Jovem Mílite.

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