Por Jorge Lorente Em Formação

Só nos falta conhecer a Deus!

Disse Jesus: “Não julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados; perdoem, e serão perdoados” (Lc 6, 37)




O Sandro aproximou-se, com o rosto bem abatido, e me disse: “Jorge, se arrependimento matasse, eu já estaria morto! Fiz mau juízo do Márcio e falei coisas que não devia. Naquele dia, só estávamos nós três no escritório. Eu tinha certeza de que ele tinha mexido na bolsa da secretária. Nunca imaginei que ela teria deixado cair sua carteira sob o banco do carro. Quando tudo se esclareceu, eu ‘fiquei sem chão’. Me senti totalmente perdido”. “Acalme-se! – disse eu – Arrependimento não mata, ele é salutar, e traz vida. O importante é que você se arrependeu, e que o Márcio já o perdoou”. “É mesmo, o Márcio é boa gente.

Depois de tudo que eu fiz, ele ainda me abraçou, mas, diante de Deus, as coisas são diferentes. Acho que Deus nunca vai me perdoar!” Já pensou? Para ele, o Márcio era mais ‘boa gente’ e misericordioso do que Deus!

Esse fato lembrou-me de quando Frei Sebastião nos perguntou se acreditávamos que Deus é justo e misericordioso. Todos nós respondemos positivamente. Ele então fez a seguinte colocação: Imagine que na hora do juízo final você se depare com duas portas. Na primeira porta está Deus para julgá-lo, e na segunda está a sua mãe. Quem você escolheria para julgá-lo? Entraria na porta onde está Deus misericordioso, ou na porta de sua mãe? Todos optaram por serem julgados por suas mães. “Ué!” – disse ele – vocês não disseram que Deus é justo e misericordioso? Por que então optaram por suas mães?” A justificativa foi uma só.

A preferência pela mãe era porque a conhecíamos muito bem e que tínhamos a certeza de que ela procuraria ressaltar nossas virtudes e amenizar nossas falhas. E concluímos dizendo que, por amor aos filhos, uma mãe é capaz de doar a sua própria vida. O olhar de censura do frei nos fez ver que, realmente, desconhecemos o nosso Deus. Se o conhecêssemos, como nós conhecemos as nossas mães, certamente, acreditaríamos e escolheríamos Deus como juiz, pois Ele é misericordioso, tem por nós um amor materno e sempre procura encontrar em nós uma única virtude para não condenar nenhum de Seus filhos e filhas.

Como prova desse Seu imenso amor, entregou a Sua própria vida para nos salvar. Vamos, então, criar com Deus uma intimidade igual àquela que nós temos com nossa mãe. Vamos nos aproximar, conversar com Ele, bater aquele papo agradável e buscar um relacionamento mais íntimo.

É na intimidade que nós conhecemos os verdadeiros amigos, as pessoas que nos rodeiam e aqueles com os quais queremos dividir os momentos felizes. No entanto, é bom lembrar que o mundo nos oferece uma alegria temporária, só Deus nos oferece a alegria eterna. Deus tem um comportamento igual ao das mães: quando o mundo inteiro está dizendo para você desistir, Ele sussurra em seu ouvido palavras de conforto e de encorajamento, para você tentar outra vez. Acredite no amor de Deus e em Sua Divina Providência. Como disse um poeta: “Confie e dê um passo no escuro; primeiro você coloca o pé e depois, com certeza, Deus coloca o chão!”

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Espiritualidade, em Formação

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.