Prof. João Henrique Hansen - Pe. Antônio S. Bogaz - Pe. Rodinei C. Thomazella da família de São Luís Orione
Sentimos em toda parte a emoção de um grande acontecimento: a chegada do Menino Deus. Toda sociedade cristã prepara-se para receber o presente divino que vem alegrar a humanidade e renovar sua esperança . É tão bonito ver as luzes colorindo a cidade, alegrando o ar com suas canções e embelezando as vitrines. São as tradições sociais desse tempo tão especial para toda cristandade. Além desse olhar social, encontramos mais elementos significativos, como os presépios, os corais, os anjos, os sinos, a árvore de Natal e tantas outras belezas. Destacamos sobretudo dois fenômenos que marcam a beleza de um grande cenário: a chegada do Filho de Deus no mundo, os presépios e as novenas. Eis o que as tradições foram se construindo, a partir de modelos importados, mas renovando-se ao modo de nossa gente e nossa religiosidade.
Alguns elementos do nosso folclore revelam o apreço e a importância desse tempo litúrgico. Um tempo de luz e de alegria. Tempo de cultivar esperança e de profunda paz.
Os presépios estão na compilação mais bonita de nossas tradições. Existem mesmo os museus dos presépios. Variadas concepções do local e do tempo do nascimento do menino Jesus na manjedoura. Os anjos, os pastores, as ovelhas, os visitadores mais ao longe, o boi, a vaca, os burrinhos, o galo no alto da grutinha e a família de Nazaré, representando o coração da humanidade. Mais que tudo, encontramos uma mulher e um bom homem, Maria e José, cuidando carinhosamente do menininho que na manjedoura.
Puro encantamento, o zelo do bom pai e o carinho da Mãezinha, a rainha do mundo. No entanto, o menino ainda não aparece no cenário. É uma tradição. Na noite de Natal é colocado o Menino Jesus entre Maria e José, numa pequenina manjedoura.
Muitos presépios mostram a cidade inteira, com palácios, bancos, pontes, rios e estradas. Verdadeiras obras de arte, nas quais, em muitos exemplares, os personagens ganham animação.
Os presépios estão presentes nas igrejas e nas famílias piedosas. São montados por setes anos seguidos, conforme a tradição. Sempre se tornam uma tradição familiar.
Uma grande devoção religiosa, a Jesus, e por causa dele, sua mãe, tem uma longa história. De fato, a confecção do presépio originou-se há mil anos. Na verdade, encontramos pinturas e esculturas da Sagrada Família nas Igrejas, nos lares e nos espaços públicos. No entanto, a primeira montagem é feita por Francisco de Assis. Foi popularizado a partir de São Francisco de Assis (1223). Na hora de recitar a história de Natal, conforme a tradição, o próprio menino aparece em seus braços. O presépio vai sempre se moldando às tradições culturais de cada povo, que veste seus personagens humanos com roupagens típicas, acrescentando ou eliminando espécies de animais ou mesmo construindo os casinhas, pontes e ruas. Uma maravilha.
Nas famílias, o presépio é um espaço tradicional. Para embelezar o presépio, encontramos imagens variadas de santos , muitos espelhos, toalhas coloridas, peças artesanais, lembrancinhas e muitos enfeites.
Podemos considerar que o presépio é a alma viva da família. Em seu espaço, sempre apertado num cantinho da sala das famílias pobres, o presépio é muito valorizado e reverenciado. Ele merece respeito e devoção, pois o lado sagrado daquela família numa harmonia estética muito particular. E tudo para engrandecer o personagem central desse tempo litúrgico: o menino pobrezinho da manjedoura. Além dele, o centro absoluto da festa cristã, é a figura de Maria.
Ela está ao lado do menino, protegida por seu esposo, José, e com toda ternura contempla o menino.
Maria encontra-se encurvada para contemplar o grande mistério que carregou no ventre e que amou com grande devoção. Maria é o primeiro sacrário, que guarda Deus vivo em seu ventre e o entrega como dádiva divina à humanidade.
As novenas marcam a preparação do Natal. Para melhor preparar o nascimento de Jesus e não deixar o Natal chegar inesperadamente, levando os fiéis a conhecer o fenômeno e recordar-se das passagens bíblicas, com todos fatos e personagens envolvidos nessa bonita história.
As novenas envolvem os líderes comunitários de boa vontade, procurando elevar o espírito natalino, para que todos possam sentir-se parte dessa história. Nas novenas, as leituras bíblicas são destacadas para aprofundar os antecedentes desse acontecimento, como as profecias de Isaías, a história do messianismo, que envolve Davi e os patriarcas, a preparação de João Batista.
A novena é preparada com muito carinho pelas comunidades e envolve os fiéis mais dedicados. Devem ser feitas, preferencialmente, nas famílias, sobretudo para atingir os enfermos que não podem vir ao templo e sobretudo para aproximar e envolver os fiéis que andam afastados, apesar de se considerarem cristãos católicos.
As novenas representam um caminho espiritual na direção da manjedoura. Nas novenas tornamo-nos parceiros de Maria e com ela caminhamos para contemplar o grande mistério. Pelas novenas, todos nos sentimos personagens do presépio natalino e com Maria adoramos o Menino Deus. Somos parceiros dos pastores, dos anjos celestiais e dos reis magos. Vamos à Lapinha, vamos adorar o Filho de Deus que veio nos salvar.
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