Se o Evangelho de Lucas não fala de Maria na narração da paixão, o Evangelho de João tem essa característica de expor diretamente quais foram os liames de Maria com a paixão do Salvador. Neste sentido os dois evangelhos se completam e se complementam, o segundo explicitando o primeiro como se eles atestassem duas etapas de uma mesma reflexão.
E preciso lembrar inicialmente que deve ser distinguida entre o plano da redação (plano da redação definitiva) e o plano histórico, pois não se trata aqui de uma reportagem histórica direta. João colheu o material certamente da tradição, trabalhando-o e concedendo-lhe marca pessoal em vista do anúncio evangélico. A questão é saber se a mãe de Jesus fez parte desse seu projeto de anúncio, ela que aparece três vezes nos cinco primeiros versículos da perícope: v. 1: “No terceiro dia. houve um casamento em Caná da Galiléia e a mãe de Jesus estava lá”. Dá-se vista que nesse versículo somente a mãe de Jesus é mencionada, sendo que Jesus e os discípulos aparecerão somente no segundo versículo: v. 3: “Como não houvesse mais vinho, a mãe de Jesus lhe diz: ‘Eles não têm vinho”‘; v. 5: “Sua mãe diz aos serventes: ‘Fazei tudo o que ele vos disser”‘. À primeira vista, daria a entender que João estaria apresentando aqui uma narração tendo como ponto central a pessoa de Maria, mas o v. 4 mostra claramente que não se trata disso: “Que temos nós com isso, mulher? Minha hora ainda não chegou”.
No Evangelho de João o conceito de “hora” tem sentido altamente cristológico: a “hora” é a hora fixada somente pelo Pai e que determina o caminho e o destino de Jesus. Nenhuma outra pessoa fixa essa “hora”, nem mesmo a mãe de Jesus, e é essa verdade que o evangelista quer fazer valer inicialmente. Mas a mãe de Jesus entra logo em seguida novamente em cena: v. 5: “Sua mãe diz aos serventes: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’, o que mostra que o evangelista a inclui na ação de Jesus”. É de se notar aqui que Maria é o ponto de partida para o sinal revelador de Jesus que despertará em seguida a fé dos discípulos. Nesse sentido, a seqüência: “Eles não têm vinho— Minha hora ainda não chegou—Fazei tudo o que ele vos disser”, teria para João certamente a finalidade de mostrar um papel de Maria.
No entanto, perguntar-se-ia quem é Maria aqui: a antiga aliança, a Igreja, a primeira crente, a co-redentora na sua primeira função pública, a mãe do Messias? Cada uma dessas respostas já foi tentada: Em todo caso, para João, Maria é a mãe de Jesus, uma mulher significativa na vida de Jesus, que dá importantes impulsos a sua vida, em relação aos quais Jesus, no entanto, afirma a sua consciência soberana, subordinada somente a Deus, seu Pai. João faz mostrar a admirável presença de Maria na vida de Jesus, podemos dizer na “hora” de Jesus, lançando assim o fundamento da doutrina marial. Essa presença de Maria na “hora” de Jesus se realizará da maneira mais indiscutível aos pés da cruz.
João Paulo II vê no texto das bodas de Caná um elemento essencial da função maternal de Maria, a saber, o fato de que ela induz os discípulos e os servidores à obediência: “A Mãe de Cristo apresenta-se diante dos homens como porta-voz da vontade do Filho, como quem indica as exigências que devem ser satisfeitas, para que se possa manifestar o poder salvífico do Messias. Em Caná, graças à intercessão de Maria e à obediência dos servos, Jesus dá início à ‘sua hora’. Em Caná, Maria aparece como quem acredita em Jesus: a sua fé provoca da parte dele o primeiro ‘milagre’ e contribui para suscitar a fé dos discípulos” (RM 21).
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