PALAVRAS QUE NÃO PASSAM
Espiritualidade

Pegadinhas x cidadania

Padre Zezinho

Paulo Teixeira

Escrito por Paulo Teixeira

25 SET 2018 - 09H25 (Atualizada em 14 JAN 2021 - 15H42)

divulgação

PALAVRAS QUE NÃO PASSAM

Padre Zezinho, SCJ

Escrevo porque me pediram. Prestei atenção e vi. Moças, enganadas com a perspectiva de um emprego atendem ao telefone e uma cobra passeia pela mesa. Elas entram em pânico e o público ri. Se aquilo for verdade, e se as moças não forem atrizes contratadas, no dia em que uma delas morrer , ou no dia em que desesperada umas das vítimas matar ou morrer por causa das pegadinhas de quase todos os canais de televisão, quem paga a conta? Vão pedir desculpas dizendo que não imaginavam que a situação chegaria a esse extremo. Como podem ter certeza de que uma das vítimas dessas brincadeiras não vai perder a vida para quem um programa de televisão ganhe audiência? Vale tudo para divertir as pessoas

A moral das maiorias das nações e da maioria das igrejas proíbe que se use cenas como essas sem o consentimento da pessoa. Supostamente as que vimos foram autorizadas pelas vítimas após a devida explicação. Mas e se acontecer de a pessoa morrer de susto? O público vai saber? O canal vai pagar as despesas e arcar com as consequências de terem tirado uma vida por uns segundos de riso?

Falo como telespectador que acredita que aquilo não é forjado e que é real . Se é teatro e as “vítimas” são todas atores e atrizes, tudo bem. Tem lá sua graça. Se são cidadãos comuns que não sabem da pegadinha, em nome da liberdade, dependendo da brincadeira, alguns cidadão estão correndo risco de vida e os que dirigem essas pegadinhas estão correndo o risco de se tornarem assassinos. Perguntem aos médicos o que acontece quando uma pessoa entra em desespero ao ver uma cobra na sua mesa! Nem o coração nem o cérebro das pessoas é igual. Se aquilo é verdade, os autores das pegadinhas estão brincando de roleta russa. Se é como eles dizem , que a vítima não sabe, estão agredindo o direito da pessoa de não ser incomodada. Quero ver o que dirão os diretores de televisão quando acontecer a primeira morte por causa de uma pegadinha.

Escrito por
Paulo Teixeira
Paulo Teixeira

Jornalista formado na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), atua como editor responsável das revistas O Mílite e Jovem Mílite há mais de quatro anos. É autor do livro "A comunicação na América Latina".

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