Durante a celebração eucarística, o Pontífice entregou os Pálios sagrados a 30 Arcebispos Metropolitanos nomeados durante o último ano. Entre eles um brasileiro: Dom Airton José dos Santos, arcebispo de Mariana (MG).
Em sua homilia, o Santo Padre retomou a Tradição Apostólica e destacou a pergunta que Jesus fez aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Tomando a palavra, Pedro respondeu: “Tu és o Messias”, o Ungido, o Consagrado de Deus.
“Muito me apraz saber que foi o Pai a inspirar esta resposta a Pedro, que via como Jesus ‘ungia’ seu povo. Jesus, o Ungido que caminha, de aldeia em aldeia, com o único desejo de salvar e aliviar quem estava perdido: ungia os mortos, os enfermos, as feridas, o penitente. Unge a esperança! Assim, todo pecador, derrotado, doente, pagão se sentiam membros amados da família de Deus”, disse ele.
O Papa ainda recordou que, como Pedro, também podemos confessar, com a boca e o coração, não só o que ouvimos, mas também a experiência concreta de termos sido ressuscitados, socorridos, renovados, cumulados de esperança pela unção de Cristo.
“O Ungido de Deus leva o amor e a misericórdia do Pai até às extremas consequências. Este amor misericordioso exige ir a todos os cantos da vida e chegar a todos, ainda que pudesse colocar em perigo o próprio “nome”, as comodidades, a posição, o martírio”, explicou.
Tentação à espreita - Diante deste anúncio, Pedro reage a ponto de se tornar pedra de tropeço no caminho do Jesus e é chamado de “Satanás”.
Para o Pontífice, contemplar a vida de Pedro e a sua confissão, significa reconhecer as tentações que acompanham a vida do discípulo. Como Pedro, como Igreja, seremos tentados pelo maligno: pedra de tropeço para a missão.
“Quantas vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor! Jesus toca a miséria humana; convida-nos a estar com Ele e a tocar os sofrimentos dos outros. Confessar a fé, com a boca e o coração, exige identificar os “sussurros” do maligno; discernir e descobrir as “coberturas” pessoais e comunitárias, que nos mantêm distantes do drama humano real, impedindo-nos de entrar em contato com a sua existência concreta”, exortou.
Glória e cruz: inseparáveis – O Papa Francisco sublinhou ainda que Jesus, sem separar a cruz da glória, deseja salvar seus discípulos e a sua Igreja dos triunfalismos vazios de amor, de serviço, de compaixão e de povo. Contemplar e seguir a Cristo exige deixar o nosso coração abrir-se ao Pai e a todos com quem Ele se identificou: Ele jamais abandona o seu povo!
Ao encerrar a homilia, o Santo Padre fez uma exortação.
“Confessemos com os nossos lábios e com o nosso coração que Jesus Cristo é o Senhor! Este é o nosso canto, que somos convidados a entoar todos os dias. Com a simplicidade, a certeza e a alegria de saber que a Igreja não brilha com luz própria, mas com a de Cristo: 'Já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim'”, concluiu.
Confira na íntegra a homilia do Santo Padre no link: https://is.gd/AjBXVl
Com informações do Vatican News, Manoel Tavares.
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