Por Padre Luís Gonzalez Quevedo Em Papa

Uma vida mais saudável

Todos os dias somos chamados para testemunhar a alegria do Evangelho de Jesus. Mesmo quando nos sentimos desanimados devemos lembrar da alegria de identificar-se com Cristo que em tudo se fez semelhante a nós.




Que espera o Papa Francisco dos consagrados e consagradas? Ele diz que espera, em primeiro lugar, o testemunho da alegria: “Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes, sem necessidade de procurar em outro lugar a nossa felicidade, que a autêntica fraternidade, vivida nas nossas comunidades, alimenta a nossa alegria, que a nossa entrega total ao serviço da Igreja, das famílias, dos jovens, dos idosos, dos pobres nos realiza como pessoas e dá plenitude à nossa vida”.

O Papa deseja que entre os consagrados e as consagradas não se vejam rostos tristes, pessoas desgostosas e insatisfeitas. Os consagrados, como todos os homens e mulheres, têm dificuldades, noites do espírito, desilusões, doenças e declínio das forças devido à velhice. Mas, mesmo nessas dificuldades, eles devem encontrar a “perfeita alegria” da tradição franciscana, a alegria de identificar-se com Cristo que em tudo se fez semelhante a nós e que, por nosso amor, não recusou a cruz.

Nos anos 1970-1980, conheci uma Irmã franciscana chamada “Irmã Letícia”. O nome caía-lhe bem, porque ela parecia ser uma pessoa alegre e feliz. No entanto, Irmã Letícia era tetraplégica; estava sempre acamada, mas seu sorriso nos fazia esquecer de sua doença. Eu comecei a visitá-la por caridade, mas logo passei a conversar com ela para me animar com o seu testemunho e para lhe pedir que rezasse por mim e por meus trabalhos apostólicos. Irmã Letícia, imóvel no seu leito, era uma verdadeira evangelizadora, porque nos transmitia a “alegria do Evangelho”.



O povo tem especial apreço pelas religiosas que trabalham na área da saúde (a “Irmã da Caridade”), como a bem-aventurada Dulce dos Pobres (Salvador, 1914-1992), que sendo uma pessoa de pouca saúde, passou toda sua vida atendendo os pobres e sofredores. Foi beatificada pelo Papa Bento XVI.

Outros muitos religiosos e religiosas ou leigos consagrados nunca serão declarados oficialmente “beatos”, nem “santos”; não receberão o Prêmio Nobel da Paz, como a Madre Teresa de Calcutá. Mas, no Último Dia, escutarão de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer (...) estava doente, e cuidastes de mim...” (Mt 25,34-36).

Sim, o Papa espera que as pessoas consagradas deem testemunho da alegria do Evangelho, em um mundo que está doente, e em uma Igreja que ele vê como um “hospital de campanha”.


Escrito por
Padre Luiz Gonzalez Quevedo (Arquivo Pessoal)
Padre Luís Gonzalez Quevedo

Nascido na Espanha, tornou-se advogado antes de ingressas na Companhia de Jesus. Depois de ordenado sacerdote veio para o Brasil como missionário atuando em centros de espiritualidade, comunidades e faculdades. Atualmente ministra retiros espirituais em diversas cidades do Brasil.

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