Por Espiritualidade Em São Maximiliano Kolbe Atualizada em 13 AGO 2019 - 14H51

Itinerário Espiritual de São Maximiliano - Escrito #2

Adoradores da Ciência?


Wikipedia Commons
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“Padre Kolbe viveu em um tempo no qual se pensava que a ciência teria resolvido todos os problemas do homem. Filósofos, políticos, literatos e até os próprios cientistas (mesmo que soubessem qualquer coisa) iludiam as massas falando de uma futura felicidade terrena por obra da ciência e da técnica. Toda essa loucura coletiva foi ultrapassada, substituída pelo pessimismo sobre o futuro da humanidade por causa da própria ciência e da técnica. Essa ilusão não atingiu em nada Padre Kolbe, nem poderia”. Vamos ouvi-lo: Em um vagão ferroviário me encontrei com um senhor que estimava muito a ciência e parecia preparado para responder sobre qualquer problema.

Perguntei-lhe, então, qual era a ciência já tão segura de si mesma. Disse-me que era a medicina. Tive que dar-lhe a entender que se existe uma ciência que procede ainda em grande parte às cegas, esta é precisamente a medicina.

Porém, é possível encontrar um maior número de pessoas que divinizam a ciência atual, quase como na antiguidade, quando em vários países se adorava o sol, as pedras, as árvores, os animais (Escrito 1180).

Tropeçamos já no segundo porquê!

A verdade é que a ciência atual encontrou a resposta para um grande número de problemas, porém, não podemos absolutamente iludir-nos, já que dentro de 100 anos ou talvez 50 as futuras gerações olharão com uma certa compaixão os êxitos de hoje, como nós olhamos as conquistas de algumas dezenas de anos atrás. Mas não é possível que algum dia tenham que reprovar-nos por não termos aproveitado suficientemente o que tínhamos a nosso alcance e não ter conseguido todos aqueles êxitos que teríamos podido e talvez devido conseguir?

Em todo caso, comparando sempre a quantidade de problemas resolvidos com o que temos somente como respostas incertas ou que, no fim, não sabemos ainda resolver, devemos reconhecer que toda esta ciência atual, tão magnífica aos quatro ventos, não é mais que um bebê no berço. Justamente o jesuíta Goretti1, professor universitário em Roma,

afirmava que, examinando os fenômenos naturais, chegamos no máximo até o quarto ou o quinto “porquê”, mas depois não sabemos dar outras respostas. Por exemplo: me cai a caneta. Por que caiu? Porque a terra a atraiu. Mas por que a terra a atraiu?... Por que os corpos se atraem? Aqui já não são capazes de dar uma resposta segura. Temos somente hipóteses. Por isso já tropeçamos no segundo “porquê”. E quando chegarmos no centésimo “porquê”? Ou milésimo ou mais? É verdade, pois que a ciência está ainda somente de fraldas.

Não supervalorizar a ciência 

Não gostaria de desencorajar a ninguém frente à ciência, aliás, se alguém tem a oportunidade, que estude e indague tudo o que puder; porém, queria chamar a atenção sobre duas coisas.

A primeira: não devemos dar à ciência mais importância do que ela tem: além disso, procuremos adquirir o humilde reconhecimento de que muitos, muitíssimos mistérios estão escondidos para nós e assim permanecerão. Se depois se trata de mistérios que contêm em si mesmos o conceito do infinito (por exemplo: Deus, a vida divina e semelhantes), jamais conseguiremos compreendê-los até o fundo com a nossa inteligência limitada.

A segunda: seria um insensato alguém que, imergindo-se na análise de um átomo ou de algum outro detalhe da ciência, esquecesse do fim último da própria vida e os meios que o conduzem, e se colocasse a refletir sobre se existe ou não outra vida só quando se encontra no leito de morte (Escrito 1180).

Continue lendo sobre o Itinerário Espiritual de São Maximiliano #3 clique aqui.


Bibliografia: GERLANDO LENTINE, Massimiliano Maria Kolbe Senza Limiti, Edizioni Messaggeri de Padova Centro P. Kolbe Carini, 1984

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