Por Espiritualidade Em São Maximiliano Kolbe Atualizada em 13 AGO 2019 - 14H55

Padre Kolbe, missionário de fronteira

O Amor evangeliza sempre e cada vez mais!



"O meu olhar está constantemente voltado para novos horizontes", São Maximiliano Kolbe

Padre Kolbe desenvolvia o trabalho editorial da M.I. e há três anos já havia fundado Niepokalanów. O trabalho era intenso e ele se empenhava com todas as suas forças em favor da evangelização, do crescente aumento de tiragem e das atividades da Cidade da Imaculada. Mesmo com a frenética atividade editorial ele parte para o Japão, pois o seu ardor e amor à missão pedia mais:

“O meu olhar está continuamente atraído por novos horizontes”(SK 503).

O impulso missionário de padre Kolbe é inacreditável: os seus confins são o mundo inteiro. Tinha entendido que o Evangelho devia ser anunciado até os extremos confins da terra. O pobre dos pobres deu início à “globalização”, e a concretiza no sentido de que quer chegar a todos para levar a alegre notícia. É o homem do êxodo. É atraído por vocação ao “sempre mais”, ao “sempre melhor”. Quer converter o mundo inteiro. A esse respeito tem uma expressão belíssima: “Não amanhã, nem mesmo esta tarde, mas agora. Não pouco, mas tudo. Não uma só região, mas o mundo inteiro”. Porque “quando o fogo do amor se acende não pode permanecer nos limites do coração, mas explode para fora, incendeia, devora, absorve outros corações, para conduzi-los a Deus por meio da Imaculada”(SK 1325) e “isso o mais rápido possível, o mais rápido possível”.

“O mais rápido possível” repetia sempre padre Kolbe, de fato, ele não se conformava em evangelizar somente a sua Pátria o fogo pela missão ardia em seu peito:

Na primavera de 1930, com 4 irmãos, aporta em Nagasaki, no Japão. Sem dinheiro, sem conhecer a língua, sem nada de nada, após um mês da sua chegada, com um telegrama anuncia para Niepokalanów a publicação do primeiro número do Kishi, o Cavaleiro em língua japonesa. É a primeira vez, na história do Japão, que uma revista é feita por ocidentais. Padre Kolbe tem o dom de fazer frutificar o nada, porque baniu do seu vocabulário a palavra “impossível”, convencido de que “quanto maior a incapacidade, quanto mais numerosas as contrariedades, mais se demonstra que a Imaculada faz tudo. Neste sincero reconhecimento está toda a fonte da excepcional potência do desenvolvimento da nossa atividade” (SK 137). Hoje o Kishi é a segunda revista católica do Japão depois de Koè: a voz.

Jamais satisfeito por horizontes alcançados, padre Kolbe projeta imprimir e difundir o Kishi em toda a China. Em 1930 assim escreve a padre Cornélio Czupryk: “Penso da China, mas também na Índia e na bacia siríaca para as seguintes línguas: árabe, turca, hebraica”. Por suas ideias padre Kolbe se revela um missionário de fronteira, capaz de ver longe, capaz de trabalhar em um contexto histórico e cultural difícil. Incansável, ainda que doente de tuberculose, deu tudo pelo advento do Reino no coração dos homens, até o heroísmo.

No Japão de hoje cristãos e não cristãos lembram de padre Kolbe com respeito, um verdadeiro herói da fé e da humanidade, penetrado diretamente nos livros de história de um país orgulhoso de tê-lo hospedado, agradecido por tudo que recebeu em ensinamentos e em espiritualidade” (livro de padre Greco: Prima e dopo Auschwitz).

Após 6 anos de missão no Japão padre Kolbe vai à Polônia participar do Capítulo Provincial e seus superiores o elegem novamente superior de Niepokalanów. Ele jamais retorna para o Japão, apesar do amor pela missão e pelo povo japonês que ele chamava carinhosamente de ‘olhos de amêndoa’. A Cidade da Imaculada na Polônia deslanchava na atividade missionária pelo volume de revistas, jornais com tiragens que até hoje surpreendem.

Em 1936 o Rycerz Niepokalanej (Cavaleiro da Imaculada) chega a uma tiragem de um milhão de exemplares e até 1941 padre Kolbe escreve artigos para os seus jornais. Depois foi preso porque, quem tem a possibilidade de imprimir um milhão de exemplares, tem a capacidade de fazer opinião, coisa que dava medo aos nazistas. O objetivo das suas revistas é a formação cristã, mas o Maly Dziennik (O Pequeno Jornal), o diário mais lido na Polônia, publicava editoriais, artigos religiosos, culturais e políticos.

Os seus projetos missionários sofrem uma virada brusca. Sonhava com um rio cheio de papel impresso que inundasse o mundo com a mensagem da Imaculada. A cidade da Imaculada, que nasce como centro de irradiação, se torna um refúgio para muitíssimos refugiados, para dispersados e feridos. A cidade muda de rosto para transformar-se em uma obra de misericórdia corporal e espiritual.

Sonhava com novos territórios, novas culturas para evangelizar, novas cidades para construir para a Imaculada.

Os seus sonhos foram fechados em um bunker de cimento em Auschwitz, onde padre Maximiliano se torna o número 16670 e onde continua a repetir: “O ódio não é a força criativa. Só o amor constrói”. Detinha-se frequentemente com os internados no campo falando a eles de Deus, da Virgem Mãe. Repetia: “Não, não, não matarão as nossas almas...”.

É o testemunho de como é possível humanizar também as condições mais desumanas.

A humanização passa através da força da fé e do amor.

Antes de descer para o bunker da fome, este era o local do desespero e da blasfêmia. Quando ele chega, aquele lugar se transforma em uma catacumba. De lugar de maledicência se torna lugar de benção. Maximiliano Kolbe faz daquela cela um lugar de oração, de onde sobem e se propagam cantos de louvor.

No fundo, o mistério da vida de padre Kolbe é o mistério do abismo do mal do século XX e, através deste abismo de mal, emerge o bem estupendo desta figura.

Fonte: Mediazioni Mariane e Kolbiane in chiave biblica; ANGELA SPOSITO; Agosto 2016.

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