Por Espiritualidade Em São Maximiliano Kolbe Atualizada em 13 AGO 2019 - 14H41

Roma: anos intensos de estudo e de formação espiritual

Carisma da obediência e estratégia de conquista. A “Milícia da Imaculada” (1912-1919)


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Carisma da obediência e estratégia de conquista. A “Milícia da Imaculada” (1912-1919)


Os sete anos que Frei Maximiliano Kolbe passou em Roma são fundamentais para a sua espiritualidade mariana. Entende como um dever inadiável o empenho em renascer espiritualmente, imitando Cristo. Assim escreve ele já nos exercícios espirituais de Cracóvia (1912). Mas, dos exercícios de Roma (1913), ele tira um compromisso mais sincero, que leva a um estalo: imitar Cristo na perfeita conformidade à vontade do Pai através do voto de obediência. Por um ano inteiro ele vive profundamente esta intuição, até que os exercícios em preparação à profissão solene (1914) lhe comunicam a graça especialíssima de entender em uma dimensão completamente nova o voto de obediência.

É o seu carisma que, durante os exercícios seguintes (1915), é assim formulado: a vontade de Deus é a salvação de todos os homens e já Cristo se encarnou para realizar esta vontade salvífica. Por isso, só a perfeita imitação de Cristo é que leva a realizar a vontade do Pai e por isso a realizar a salvação de todos.

Nesta linha, os exercícios em preparação ao subdiaconato (1916) amadureceram um compromisso mais rigoroso de imitar Cristo ¾ e agora também Nossa Senhora ¾ na vida, nas obras, nas palavras. Mas, ao mesmo tempo, a iluminação especial que moldará toda a sua espiritualidade: só a Imaculada torna possível a perfeita imitação de Cristo e, portanto, a perfeita uniformidade à vontade salvífica do Pai.

Fundando a “Milícia da Imaculada” (16 de outubro de 1917) com um vasto programa apostólico de alcance mundial, ele condensa em termos de ação o carisma da obediência: perfeita conformidade à vontade de Deus, manifestada pela Imaculada, para realizar a máxima glória de Deus, logo, com a santificação pessoal e de todos os homens.

Para o lançamento de um programa tão ousado é mister uma base adequadamente sólida. À missão à qual é chamado corresponde também uma purificação proporcionada: provas de todo gênero, trevas, defecções. Os exercícios de preparação para a ordenação sacerdotal (28 de abril de 1918) o encontram naquele estado: dentro, escuro como breu; fora, um aparente fracasso. Como Cristo, o sacerdote é o homem da dor. É esta a fase mais incisiva, justamente por ser mais dolorosa, da sua imitação de Cristo.

Mas há quem vela por ele e pela sua providencial missão que ele agora deve alimentar só no segredo do seu espírito. Há precisamente um ano do início da prova, a Imaculada dá o sinal de partida ao empreendimento (outubro de 1918) e em breve se põe em movimento aquela que logo se tornará uma extraordinária missão de salvação para milhões de pessoas.

Com ternura infantil, ele dirá que “a Mãezinha” faz tudo sozinha e que as suas “mãozinhas” são milagrosas. Durante o duro ano de provas e dificuldades, no silêncio e na dor, tinha dado um contorno bem preciso e definitivo ao seu carisma: a vontade de Deus, que substitui a nossa, torna-nos como que “onipotentes” para realizar “logo” a “maior” glória de Deus e a salvação de “todas” as almas.

Padre Severino Ragazzini

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