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Campanha incentiva cuidados com saúde mental

O movimento Janeiro Branco, que teve início em 2014, destaca a importância de cuidar da mente, assim como cuidamos do corpo

Escrito por Angelica Lima

23 JAN 2024 - 11H45

A saúde mental engloba aspectos físicos, mentais e sociais, mas o cuidado com a saúde psíquica é negligenciado e marginalizado ao redor do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, 80% das pessoas que vivem com condições de saúde mental estão sem nenhum tipo de tratamento qualificado para o cuidado. No entanto, para alertar sobre a importância do cuidado com a saúde mental, a campanha Janeiro Branco foi criada e regulamentada no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2014, a campanha foi idealizada pelo psicólogo e palestrante Leonardo Abrahão, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Em 25 de abril de 2023, a campanha virou lei (14.556/2023).

“No mês de janeiro serão realizadas campanhas nacionais de conscientização da população sobre a saúde mental, que abordarão a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas, com enfoque especial à prevenção da dependência química e do suicídio”, destaca o texto.

No Brasil, a OMS alerta que o país conta com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, UnB, Leonardo Sodré destaca que o cuidado com a saúde mental é integrado ao bem-estar e ao cuidado com a saúde física, por meio da promoção de hábitos saudáveis.

“A importância de priorizar o cuidado com a saúde mental é a importância de cuidar da saúde no geral, não é possível separar a saúde mental da saúde física, são cuidados complementares. [...] Ter uma boa qualidade de sono, atividade física, boas relações sociais, evitar o estresse, evitar o uso de álcool e drogas, várias situações do estilo de vida mentalmente saudável contribuem para um aumento da longevidade e melhora da funcionalidade do indivíduo”, diz.

O psiquiatra ressalta ainda que o olhar para a saúde mental é importante não só nos casos mais graves, mas também antes de as doenças encaminharem para situações mais complicadas. “A gente tem que falar de prevenção primária, o cuidado em saúde mental desde o início para prevenir que as doenças se formem”, afirma.

Transtornos mais comuns no país

Segundo o Ministério da Saúde, um dos problemas que mais afeta a população brasileira é a ansiedade, que pode ser causada por uma variedade de fatores, como estresse, pressões sociais, problemas financeiros e traumas. Depressão, seguida de transtornos alimentares, transtorno bipolar e transtornos relacionados ao uso de substâncias são outros distúrbios recorrentes no país.

Atualmente, em todo o Brasil, há 2.884 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) habilitados pelo Ministério da Saúde para acolhimento e tratamento de pessoas com distúrbios de saúde mental. O país tem 72 unidades de acolhimento, cujo acesso ocorre via CAPS. Os espaços oferecem acolhimento protetivo por até seis meses, a depender do projeto terapêutico. Do total, 26 são para atendimento infanto-juvenil: dos 10 anos de idade até os 18 incompletos. As outras 46 unidades são destinadas a adultos.

Caminhos do atendimento

Sensação de ansiedade, tristeza com maior frequência e intensidade, mudança de comportamento, exposição a situações violentas, isolamento, baixo rendimento no trabalho e nos estudos podem ser alguns dos sintomas apresentados no início do sofrimento psíquico, como ressalta o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília Leonardo Sodré.

Para conseguir o acolhimento e o tratamento, é possível procurar alguns caminhos dentro do Sistema Único de Saúde, SUS, que conta com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS):

- Unidade Básica de Saúde (UBS): porta de entrada para todos os casos e acolhe casos leves e moderados.

- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): destinado ao atendimento de pessoas com sofrimento mental grave, seja em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial. Funciona em regime de porta aberta, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento para ser acolhido no serviço.

- Pronto-socorro: atende principalmente emergências.

O atendimento no CAPS é feito por demanda espontânea – comparecimento ao local – ou também por encaminhamento de outras unidades de saúde. Para ser atendido, é preciso apresentar documento oficial de identificação com foto e o Cartão Nacional do SUS (Cartão SUS).

Fonte: G1

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