Igreja

CNBB e Ajuda à Igreja que Sofre promovem Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos

Evento chega a sua oitava edição convidando todas as paróquias e comunidades cristãs do país a participarem

Escrito por Vladimir Ribeiro

20 JUL 2022 - 10H39

Martin Divisek/EPA

Em 6 de agosto celebraremos a 8ª edição do ‘Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos’. Com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a ACN, sigla em inglês para Ajuda à Igreja que Sofre, promove essa iniciativa convidando todas as paróquias e comunidades cristãs do país a participarem. Rezar é dizer que nos importamos e que estamos ao lado dos irmãos que pagam um alto preço por acreditarem em Jesus.

O Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos ocorre anualmente no dia 6 de agosto em referência à mesma noite de agosto de 2014, quando milhares de cristãos fugiram do norte do Iraque, expulsos pelos extremistas do grupo Estado Islâmico. A região concentrava 25% dos cristãos do país e também reunia algumas minorias muçulmanas ameaçadas. A fuga ocorreu à noite, com milhares de pessoas caminhando pelas estradas em direção às cidades curdas de Erbil e Dohuk. “Cerca de 100 mil cristãos, aterrorizados e em pânico, fugiram de suas casas sem nada, somente com as roupas do corpo, a pé, rumo às cidades curdas. Entre eles havia doentes, idosos, crianças e mulheres grávidas, precisando de água, comida, medicamentos e um lugar para ficar”, declarou na ocasião o Patriarca Louis Raphael Sako, chefe da Igreja Católica Caldeia.

Assim que recebeu as primeiras informações na manhã do dia 7 de agosto, a ACN mobilizou os benfeitores e iniciou campanhas e projetos para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos e refugiados. Desde então a Fundação Pontifícia realiza um dos maiores projetos de ajuda da sua história, direcionando esforços para alimento, abrigo e educação para os refugiados, ação que já resulta em mais de 2 mil projetos no Oriente Médio desde o início da crise.

Um direito não respeitado

O artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz: “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.”

No entanto não é isto que se vê em boa parte do mundo. A discriminação e a perseguição com base na crença religiosa são um fenômeno crescente em todo o mundo. A liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do mundo (31,6%), onde vivem dois terços (67%) da população mundial – aproximadamente 5,2 bilhões de pessoas. Por trás dos conflitos mais violentos do mundo estão aqueles que manipulam a religião na busca pelo poder, seja ele político, econômico ou social.

Não há somente uma religião que seja perseguida ou mesmo manipulada. Dependendo da localidade, uma se sobressai como alvo de ataques que vão desde frases discriminatórias a atos de violência gratuita e sem sentido. Mas, no geral, os cristãos ainda se mantém no topo das estatísticas como o grupo religioso mais perseguido e odiado do mundo.

Sobre a Ajuda à Igreja que Sofre

A ACN (sigla em inglês) é uma Fundação Pontifícia que auxilia a Igreja por meio de informações, orações e projetos de ajuda a pessoas ou grupos que sofrem perseguição e opressão religiosa e social ou que estejam em necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN tornou-se uma Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende mais de 5.000 pedidos de ajuda de bispos e superiores religiosos em cerca de 140 países, incluindo: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa – incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas; apoia padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e restauração de igrejas e demais instalações eclesiais; programas religiosos de comunicação; e ajuda aos refugiados e vítimas de conflitos.


Fonte: CNBB

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