Cyberbullying nos jogos online

Jaqueline Rocha Ramos
@psicologajaquelineramos

Dando continuidade a esta trilogia, vale recordar o conceito inicial de cyberbullying como ações por utilização dos meios eletrônicos que têm a intenção de atacar, prejudicar, repetidas vezes e causar estresse psicológico à vítima (Rondina et al., 2016).

Um artigo de 2020 compartilhou os seguintes dados: 75 milhões de brasileiros jogam videogame, 45% jogam nos celulares, 26% em consoles e 13% nos computadores; 58% dos gamers são mulheres (Bernardo, 2020). Nos jogos online, alguns têm como estratégia jogar em equipe (com outros gamers) o que necessita da participação de todos. O que vem sendo identificado são comportamentos de xingamentos e não-colaboração, dentro de uma mesma equipe, o que pode fazer com que diminua o desempenho no jogo, causando prejuízos no humor. Foi realizada uma pesquisa com um jogo online em específico e detectou-se: utilização de termos femininos para insultar, palavras de baixo calão, termos racistas, preconceito etc... mesmo assim, não se pode dizer que seria um cyberbullying, mas se enquadra nos casos que causam danos a curto e longo prazo (Carvalho, 2014).

Dentre as estratégias de enfrentamento, uma delas é a utilização de camuflagem no jogo com um apelido masculinizado, acreditando que haverá outro tipo de tratamento por parte dos gamers (Bezerra et.al., 2020). A longo prazo podem-se apresentar algumas consequências na vida dos gamers, como impactos na saúde física e mental: prejuízos na socialização, baixa autoestima, ansiedade, tristeza (podendo levar a depressão e/ou ideações suicidas), estresse, angústia, medo, distúrbios do sono, perda de apetite etc (Carvalho, 2014). O combate ao cyberbullying precisa da colaboração de todos através de denúncias e ações dos profissionais com olhar multidisciplinar neste contexto.

Fonte: Jovem Mílite