Cognição e Longevidade: além das fronteiras

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Cognição está relacionada as funções de aquisição de conhecimento por meio de processos que vão desde a percepção, memória, atenção, imaginação até o raciocínio, juízo, linguagem, pensamento e associação. Pode-se dizer que é a forma como o cérebro reconhece, compreende, percebe, recorda e aprende as informações provenientes dos cinco sentidos. Ela também tem muito a ver com a habilidade de mudar no sentido de evoluir, aprender e ajudar o próximo (2).

Para chegar à meta suprema, ao objetivo maior de todo ser humano, ao sonho final de toda espécie e a maior quantidade de anos vividos com qualidade – a longevidade saudável, todos nós precisaremos da cognição em dia e em ordem.

Vamos, indubitavelmente, necessitar que os neurónios no cérebro se conectem uns aos outros por meio de folhas em ramos semelhantes aos das árvores. E adivinha só: o exercício, com maestria, faz com que esses mesmos ramos cresçam e floresçam, aumentando, assim, a função cerebral em um nível fundamental (1).

O entendimento dos processos fisiológicos que ocorrem nos sistemas nervoso e cognitivo com o envelhecimento e com a longevidade tem se tornado de extrema relevância, pois permite que ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde sejam propostas (3).

Uma maneira muito interessante que tem sido cada vez mais apontada de se retardar o envelhecimento e combater possíveis condições neurodegenerativas para se chegar melhor a longevidade é o engajamento na prática regular de exercícios (4).

Tal prática por pessoas já idosas pode proporcionar um aumento do volume cerebral nas áreas frontal, temporal, córtex pré-frontal e corpo caloso (5), além de possibilitar benefícios referentes a capacidade funcional (6), saúde cerebral e redução dos efeitos deletérios do envelhecimento (7, 8), e adaptações positivas na densidade neuronal, nas sinapses e nos neurotransmissores, resultando em melhorias da própria função cognitiva (9, 10).

Existem mais de 1.000 pesquisas científicas, sendo 174 revisões sistemáticas e 50 meta-análises que examinaram os efeitos dos exercícios nas funções cognitivas em idosos (11). Essas pesquisas vão aumentar cada mais vez, e novos dados vão surgir para fazer o envelhecimento ser um processo qualitativo e a longevidade uma meta saudável e palpável.

Por fim, a cognição em dia, bem como a saúde, fará o trajeto do envelhecimento ser prazeroso e frutífero e a longevidade atingida com eficácia.

Referências

1. RATEY, J. J. Corpo Ativo, Mente Desperta. Objetiva, 2012.
2. DWECK, C. S. Mindset: the new psychology of success. Updated Edition, 2016.
3. SCIANNI, A. A. et al. Efeitos do exercício físico no sistema nervoso do indivíduo idoso e suas consequências funcionais. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2018.
4. COELHO, F. G. M. et al. Physical exercise modulates peripheral levels of brain-derived neurotrophic factor (BDNF): A systematic review of experimental studies in the elderly. Arch Gerontology Geriatr, 2013.
5. COLCOMBE, S. J. et al. Aerobic exercise training increases brain volume in aging humans. J Gerontology, 2006.
6. CHRISTOFOLETTI, G. et al. Effects of motor intervention in elderly patients with dementia: an analysis of randomized controlled trials. Top Geriatr Rehabil, 2007.
7. ERICKSON, K. I. et al. Exercise training increases size of hippocampus and improves memory. Proc Natl Acad Sci, 2011.
8. CHRISTIE, B. R. et al. Exercising our brains: how physical activity impacts synaptic plasticity in the dentate gyrus. Neuromolecul Med, 2008.
9. GOMEZ-PINILLA, F., HILLMAN, C. The influence of exercise on cognitive abilities. Compr Physiol, 2013.
10. MIDDLETON, L. E. et al. Physical activity over the life course and its association with cognitive performance and impairment in old age. J Am Geriatr Soc, 2010.
11. GOMES-OSMAN, J. et al. Exercise for cognitive brain health in aging: A systematic review for an evaluation of dose. Neurology: Clinical Practice, 2018.