O Padre Eduardo Sá Telles (MIPK) presidiu hoje a Santa Missa, no Oratório Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, em São Bernardo do Campo, São Paulo, e comentou a Primeira Leitura (At 9, 1-20) e o Evangelho de hoje (Jo 6, 52-59).
Padre Eduardo destaca que a primeira litura nos coloca um trecho do livro dos Atos dos Apóstolos, que apresenta a Igreja nascente de Jesus de Cristo, que é missionária e deve levar a mensagem da Palavra de Deus.
Ao mesmo tempo em que é uma Igreja que sai, é também perseguida por Saulo. Muitos foram presos e condenados à morte por este homem, tudo por levar o nome de Jesus Cristo, que também na sua vida foi perseguido pelos chefes e sumos sacerdotes.
Hoje lemos a conversão de Saulo, que não conhecia Jesus, talvez fosse tocado. Porém, por sua autoridade e postura diante do povo judeu não se deixava ser contagiado pelo amor que aqueles homens transmitiam. Havia nele aquela dureza em seu coração.
Foi preciso que Jesus o fizesse cair e viver numa cegueira, para que assim, por meio dela, Jesus recuperasse a vista dele para que pudesse se tornar um grande apóstolo e anunciador do seu Evangelho.
De perseguidor se tornou um grande missionário da Igreja, divulgou a mensagem do Evangelho a tantos lugares. Assim se tornou um grande homem que foi capaz de deixar-se contagiar pela voz de Jesus que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Saulo acolhe essa mensagem e deixa-se ser cuidado e torna-se um cristão e um discípulo de Jesus.
No Evangelho de hoje, Jesus adentra o tema sobre o pão do céu. Façam memória da multiplicação dos pães em que Jesus dá alimento ao povo. Depois de dispersar o povo, Jesus vai para outra região e o povo vai atrás Dele, mas não daquilo que Jesus apresentou ou realizou, mas atrás do pão, do alimento. Não estavam preocupados com a presença ou com as falas Dele, mas simplesmente atrás de pão.
Jesus começa seu discurso dizendo que Ele é o pão descido do céu. Assim quando o povo hebreu passou fome no deserto e Deus concedeu o maná, pequenos flocos de trigo que molhados no sereno da noite se tornava uma massa, que o povo assava a quantidade para o dia e comia.
Aquele pão que fez com que o povo superasse a dificuldade no deserto, até que chegaram à terra prometida. Agora, Jesus se apresenta como pão verdadeiro, que dá vida. Mas não é uma vida terrena e humana, é uma vida eterna junto de Deus.
Por isso que no final do Evangelho de ontem Jesus começa a mudar seu discurso. Ele diz: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue”, ou seja, aqui vemos o início da Eucaristia. O povo não entende e não concorda, acha que Ele é um canibal, um doido. Mas aqui vemos a verdadeira eucaristia.
Assim como nós temos o alimento do corpo, os nutrientes, a proteína, o carboidrato, a gordura, o que mantém o nosso corpo vivo, temos também que lembrar do nosso alimenta espiritual, e a eucaristia é esse alimento da alma.
Como uma árvore precisa dos nutrientes da terra para crescer forte e robusta, assim também é a nossa vida cristã a partir do Batismo em que recebemos uma semente da fé, da vida nova, que precisa ser alimentada e ter nutrientes para crescer. Uma espiritualidade não vivida e não alimentada pode se perder, pode entrar o orgulho e a vaidade, perde a sua identidade. Jesus que dá a Eucaristia é esse alimento da alma.
Entendemos isso assim como os próprios santos que viveram a Eucaristia na sua vida, também alimentam a eternidade no céu. É preciso alimentarmo-nos à luz da fé, porque então a minha vida se transforma, cresce. Quando eu me uno a Jesus, o corpo que dá vida, ao Cristo Eucarístico, quando eu comungo o pão eucarístico, o pão e o sangue de Cristo. “Quem assim comer e beber terá a vida eterna e eu ressuscitarei no último dia”, esta é a garantia da nossa vida.
Portanto já dizia o grande Santo Inácio de Antioquia, que o corpo é a fé e que o sangue é a caridade, quando eu comungo o Cristo, devemos primeiro reconhecer a fé.
Depois fazemos aquela experiência de um simples e breve momento, como esse alimento pode me nutrir durante todo o meu dia? Eu preciso das obras, da caridade, das ações, quando eu ajo no amor e na caridade, na ação com meus irmãos, aquela Eucaristia que eu recebi vai me nutrindo durante todo o meu dia, toda a minha alma.
Jesus quer nos dizer que a eucaristia, este pão que dá a vida, este corpo que alimenta, é preciso primeiro recebê-lo com fé, acreditar que é verdadeiramente o corpo de Cristo, e durante o dia agir sempre nas obras, orações, partilha, na reconciliação com o irmão.
Vamos pedir a Jesus a graça da fé, que ao recebê-lo na Eucaristia possamos compreender que Ele é verdadeiramente o nosso alimento, que nos dá a vida e nos restaura, que nos garante sempre essa docilidade do seu amor, fé e caridade.
Transcrição Mariana Costa
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