Lendo o Evangelho

Santa Maria, Mãe de Deus

Frei Aloísio, Ministro Provincial

Escrito por Frei Aloísio Oliveira

01 JAN 2023 - 00H00

No primeiro dia do ano, celebramos a Festa de Santa Maria, Mãe de Deus, e o trecho do Evangelho para a liturgia de hoje relata a visita dos pastores ao Menino Jesus, recém-nascido. Eles fizeram a inusitada experiência de encontrar a Deus, o Soberano de toda a terra, não num palácio suntuoso, mas na fragilidade de um “recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2.16). E, desse menino, irradia-se uma grande luz que brilha na escuridão da noite. O seu nome: Jesus, significa "Deus salva". No seu nome, portanto, já está proclamada a sua missão.

Trazendo a salvação tão esperada, Jesus se apresenta como a bênção por excelência. E Maria Santíssima foi a primeira a ser preenchida por esta bênção. Ela, como a saúda Isabel, é a “bendita entre as mulheres” (Lc 1,42). Toda a sua vida está na luz do Senhor Jesus, o “fruto bendito do seu ventre”. Com efeito, como nos apresenta o Evangelho de São Lucas, Maria está sempre dedicada a conservar e meditar no seu coração tudo o que diz respeito ao seu filho Jesus (cf. Lc 2, 19.51). O mistério da sua maternidade divina, que hoje celebramos, possui de modo inigualável o dom da graça que toda maternidade humana traz consigo. De fato, na tradição bíblica, o ventre capaz de gerar nova vida foi sempre relacionado com a bênção de Deus. Assim, Maria, Mãe de Deus, é a primeira abençoada, porque gerou Jesus, a Vida que dá vida a toda a humanidade.

A maternidade divina de Maria torna-se, também, modelo da Igreja. Como Maria que acolhe na fé a Palavra divina e se oferece a Deus como “terra fecunda” onde Ele pode continuar a cumprir o seu mistério de salvação, assim também a Igreja participa do mistério da maternidade divina ao gerar a vida divina nos fieis através do anúncio do Evangelho e pelos sacramentos. De modo especial, a Igreja exerce esta maternidade no sacramento do Batismo, através do qual, cada fiel, nascido da água e do Espírito Santo, pode exclamar: "Abba! Pai"! (Gal 4.6).

O primeiro dia do ano é também dedicado à paz e a Igreja invoca este sumo bem como o fez Maria Santíssima, isto é, apresentando Jesus a todos, porque, como afirma o Apóstolo Paulo: "Ele é a nossa paz" (Ef 2,14) e, ao mesmo tempo, é o "caminho" através do qual as pessoas e povos podem alcançar esta meta a que todos aspiramos. Jesus é a misericórdia e a paz que o mundo não pode dar para si mesmo e do qual tanto precisa.

 Que cada um de nós, pessoalmente e como Igreja, possa ter um ano novo cheio de bênçãos, acolhendo Jesus, nosso Sumo Bem, e ser mediador da paz, levando Jesus aos demais!

Escrito por
Frei Aloísio, Ministro Provincial
Frei Aloísio Oliveira

É Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais e especialista em Sagrada Escritura.

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