Formação

Pai-Nosso e as relações

Louvar a Deus pelo que Ele é nutre a fé e garante a confiança para que nossas súplicas

Escrito por Paulo Teixeira

30 AGO 2020 - 00H00 (Atualizada em 16 AGO 2021 - 11H07)

Aaron Burde

Olhando de maneira breve o trecho de Mateus 6, 9-13 em que Jesus ensina aos discípulos sobre a oração, percebemos que há diversos termos paralelos.

O primeiro é o termo pai. Jesus chama a Deus de pai justamente porque tem uma relação de filho com Deus. Essa é uma visão nova. No Antigo Testamento, os cuidados de Deus são comparados ao de um pai ou de uma mãe, mas chamar a Deus de pai como origem e relação com seus filhos é uma novidade trazida pro Jesus.

Logo em seguida percebemos que o pai é nosso. Ou seja, não é um pai exclusivo e não é uma forma particular de falar, mas dizer pai e nosso estabelece uma relação entre filhos, ou seja, de irmãos. O modelo de oração do cristão, dessa forma, não é individualista, mas comunitário.

Ao citar o Reino de Deus, a oração nos indica a soberania de Deus. Mas não é uma soberania ou uma influência por poder ou hierárquica. Ela é suplicada para que haja em nós a abertura ao Reino e à vontade de Deus. É preciosa também a relação entre céu e terra, ao invés de um abismo, a oração ensinada por Jesus mostra a proximidade e relação entre o mundo de Deus e o dos homens.Leia MaisO Pai-Nosso é um desafioPai-Nosso diferentePapa Francisco na Audiência Geral: o Pai-Nosso educa

A segunda parte do Pai-Nosso é marcada por pedidos do pão, do perdão dado e recebido, da proteção contra as tentações e do livramento do mal. O pão é nosso, mas provém de Deus; o perdão é suplicado em relação à medida com que oferecemos o perdão; as tentações e os problemas ocasionados pelo mal não deixam de ser questões humanas, mas contam com auxílio de Deus para serem superadas.

Permeia o Pai-Nosso uma relação importante para a vida de fé: o louvor e a súplica. Quem pede algo a Deus é porque tem confiança. E não é uma confiança de apostador, mas uma adesão aos preceitos de Deus e à realidade de sua grandeza. Logo, dizer que o nome de Deus é santificado e que Ele tem um reino se relaciona com nossos pedidos por pão, nossa adesão à Sua vontade e a confiança no livramento. Às vezes, a dimensão de súplicas em nossas orações é maior. Parece que Deus é um banco ao qual se pede empréstimo. Mas, a fonte de nossa confiança é a grandeza de Deus que se revela, sobretudo, em nosso cotidiano. Louvar a Deus pelo que Ele é nutre a fé e garante a confiança para que nossas súplicas sejam autênticas.

Referência: STADELMANN, Luís. Hinos cristãos da Bíblia. Paulinas, Loyola. 2016

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