Formação

Sexta-feira Santa

A última sexta-feira antes da Páscoa é o dia mais longo e mais triste para os cristãos. Professora Dita relata as sete palavras de Jesus na Cruz e nos convida a rezar pelas necessidades do mundo na celebração das 15h

Escrito por Espiritualidade

10 ABR 2020 - 06H57 (Atualizada em 17 AGO 2021 - 15H17)

Por Professora Dita Souza, teóloga, biblista e conferencista

Lembrando de ontem, Quinta-feira Santa, Jesus é traído por Judas, é preso e levado ao Sumo Sacerdote Caifás. Durante toda a noite, Jesus fica trancado no calabouço daquela casa.



Pela manhã, Ele é levado até a presença de Pilatos, o governador romano, que, se sentindo acuado, repassa o caso para o rei Herodes Antipas (que estava em Jerusalém). Disse ele: "Não vejo neste homem crime algum" (Lc 23,4). Herodes o manda de volta para Pilatos. Este, neste ínterim, recebe um recado de sua esposa que dizia: “Nada faças a este justo” (Mt 27,19).

Pilatos não escuta a esposa e cede à pressão das autoridades do Templo e das multidões, condenando Jesus à morte cruel por crucificação. Em desrespeito, incredulidade e crueldade daqueles que o julgaram, Jesus recebe uma coroa de espinhos e um manto (Mt 27,27-31); e caminha até a cruz, isso já no final da manhã (Mt 27,3-33).

Jesus é cruelmente levado pelos soldados por toda a cidade de Jerusalém até a colina do Gólgota. Ali, quase ao meio-dia, é pregado à cruz e agoniza durante cerca de três horas.

Durante este tempo Nossa Senhora, São João, algumas mulheres e seguidores permaneciam junto à cruz. Naquele momento, mesmo no sofrimento, Jesus olha para Sua mãe e o apóstolo João e diz: “Mulher, eis aí o teu filho”. Depois diz ao discípulo: “Eis aí a tua Mãe” (Jo 19,26s).

Nesse gesto, disse um dia São João Paulo II, reconhecemos plenamente na pessoa de São João, a Virgem Maria como nossa Mãe, entregando-nos o próprio Senhor todos nós a ela. Esse gesto de Jesus nos faz compreender que Ele quer que ela seja, a partir dali, mãe de todos nós.

Por volta das 15h (9ª hora judaica), cf. Mt 27,45-56, Jesus entrega o Espírito ao Pai e morre. É descido da cruz apressadamente e colocado no sepulcro antes do anoitecer.

De acordo com São João 19,31-37, temendo que os corpos permanecessem vivos durante a Páscoa dos judeus que se iniciava às 18h (12ª hora judaica), um soldado quebrou as pernas dos dois ladrões e transpassou uma lança no lado direito Jesus que já estava morto. Isso veio a confirmar mais uma profecia nas Escrituras que diz: “nenhum dos seus ossos (ossos do cordeiro de Deus) será quebrado...” (Ex12,46).

Estando tudo consumado, Nicodemos e José de Arimateia vão rapidamente até Pilatos pedir o corpo de Jesus, antes das seis horas (Jo 19,39s). Segundo uma das tradições, Nicodemos, saindo do Palácio de Pilatos, foi ainda comprar panos e especiarias para o embalsamamento do corpo de Jesus como dizia a tradição; depois os dois seguiram para o Gólgota.Leia MaisSexta-feira Santa na Rádio e TV ImaculadaSete Dores de Nossa Senhora Você é parte de um projetoA fé não pode morrerQuinze Orações de Santa Brígida

Jesus é descido da cruz. Conforme Lucas 23,53: “Ele (José de Arimateia) o desceu da cruz, envolveu-o num pano de linho... ” e o colocou nos braços de Sua mãe. Este fato não é bíblico, mas faz parte da tradição da Igreja. É a XIII estação da Via-sacra. Jesus é levado com silêncio e respeito por todos até a sepultura que lhe fora destinada. O túmulo é selado e guardado por soldados a mando de Pilatos (Mt 27,62-66).

Na Igreja, este é um dia de reflexão, oração e abstinência. Dia de silêncio interior e exterior, de dor, jejum e grande tristeza.

Logo de manhã ou ao meio-dia, muitas paróquias realizam a última oração da Via-sacra e uma reflexão espiritual sobre as Sete Palavras finais de Jesus.

1ª Palavra - de perdão - "Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem." (Lc 23,34).

2ª Palavra - de confiança - "Em verdade eu te digo hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23,43).

3ª Palavra - de amor - "Mulher Eis aí o seu filho... e disse ao discípulo: Eis aí tua mãe... " (Jo 19,26s).

4ª Palavra - desofrimento - "Elí, Elí, lama sabactani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)" (Mt 27,46; Sl 21,2).

5ª Palavra - de humanidade - "Tenho sede" (Jo 19,28).

6ª Palavra - de dever cumprido - "Está consumado" (Jo 19,30).

7ª Palavra - de confiança - "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23,46).

Às 15h, na Igreja ocorre a Adoração da Cruz. É o momento da morte de Jesus, quando nós cristãos silenciamos para refletir sobre a dor que sentimos diante da morte injusta do nosso Mestre e Salvador na cruz. É o momento também de rezar pelas necessidades do mundo; e como estamos necessitando nesse momento!

Aguardemos com confiança a ressurreição de Jesus.

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