Por Padre Clemilson Teodoro Em Nossa Senhora

Das águas do Rio Paraíba

Neste mês, no Brasil comemoram acontecimentos marcantes, porém, um deles ganha destaque especial. No dia 12, uma celebração marca profundamente a vida de nossas comunidades: a festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil

Wikipedia Commons
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A história nos remete a outubro de 1717, quando o pescador João Alves com mais dois companheiros, decepcionados com a má sorte da pescaria, ao lançarem novamente as redes na esperança de apanharem alguma coisa, se surpreendem ao sentirem-nas pesadas, e, puxando-as, encontram dentro delas o corpo da Virgem Maria enegrecido pelas águas do rio.

Porém, da imagem faltava a cabeça, e, lançando novamente as redes, conseguem recuperá-la. O fato é marcante para os simples e pobres pescadores, pois, mais preciosa do que os peixes desejados, foi sem dúvida a imagem envolvida em suas redes. Eis o início marcante de um novo momento de vida com a Virgem Maria, a Aparecida, que das águas do Rio Paraíba passaria ao coração deste povo, sendo mãe, rainha e senhora.

Ao olhar no tempo, podemos resgatar que na origem desta história Maria estabelece uma relação profunda e materna com os pobres, acompanhando suas vidas, sentindo seus lamentos e alimentando suas esperanças. Nossa Senhora Aparecida, assim “batizada” pelo povo por sua história, entrou na sua vida e no seu coração, tornando-se companheira na difícil caminhada diária. São muitas as lendas e estórias em torno desta história; nosso intuito não é contá-las, mas destacar alguns aspectos importantes.

O patronato mariano nacional, segundo Clodovis Boff, o fato de Maria ser escolhida sob esta ou aquela invocação como a patrona de uma nação, é uma forma de devoção que tem particular importância social. O patronato mariano nacional é uma prática que veio se constituindo ao longo da história, na dependência do grau de implantação do cristianismo e, naturalmente, da difusão da devoção mariana. Por isso, em algumas nações a Virgem Maria é claramente definida como patrona nacional sob um título determinado; em outras, menos; e em outras ainda, de modo muito geral ou de todo ausente. Assim, na América Latina e Caribe, o grande “continente católico”, os títulos patronais marianos são claros, fruto da invasão e colonização europeia.

O que caracteriza a escolha da Virgem Maria como patrona da nação, geralmente é a figura de Maria como mãe que cuida, ampara e protege, rainha que defende e salva, senhora que suscita o respeito e as homenagens do coração. Tudo isto faz com que o patronato nacional mariano esteja frequentemente ligado a um imaginário muito rico, entretecido de aparições, milagres e prodígios vários, que vai criando ao longo do tempo uma tradição popular que se registra nas lendas. Ele atua também, retrospectivamente, na medida em que vê a presença da Virgem Maria atuando antes ainda da consolidação do seu patronato, como aparece claramente na história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Muitos peregrinos neste mês irão a Aparecida, muitas homenagens serão feitas, muitos pedidos e orações sairão dos nossos corações. Que Nossa Senhora Aparecida acolha tudo isto no seu coração e apresente a seu Filho Jesus.



Escrito por
Padre Clemilson Teodoro
Padre Clemilson Teodoro

Presbítero da Diocese de Santo André, em São Paulo. Padre Clemilson nasceu em Caratinga, Minas Gerais, e entrou no seminário do Instituto dos Missionários da Imaculada Padre Kolbe, em Santo André, no dia 23 de março de 1998. Atualmente colabora com a Obra escrevendo matérias de formação para o Portal da MI.

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