A história nos remete a outubro de 1717, quando o pescador João Alves com mais dois companheiros, decepcionados com a má sorte da pescaria, ao lançarem novamente as redes na esperança de apanharem alguma coisa, se surpreendem ao sentirem-nas pesadas, e, puxando-as, encontram dentro delas o corpo da Virgem Maria enegrecido pelas águas do rio.
Porém, da imagem faltava a cabeça, e, lançando novamente as redes, conseguem recuperá-la. O fato é marcante para os simples e pobres pescadores, pois, mais preciosa do que os peixes desejados, foi sem dúvida a imagem envolvida em suas redes. Eis o início marcante de um novo momento de vida com a Virgem Maria, a Aparecida, que das águas do Rio Paraíba passaria ao coração deste povo, sendo mãe, rainha e senhora.
Ao olhar no tempo, podemos resgatar que na origem desta história Maria estabelece uma relação profunda e materna com os pobres, acompanhando suas vidas, sentindo seus lamentos e alimentando suas esperanças. Nossa Senhora Aparecida, assim “batizada” pelo povo por sua história, entrou na sua vida e no seu coração, tornando-se companheira na difícil caminhada diária. São muitas as lendas e estórias em torno desta história; nosso intuito não é contá-las, mas destacar alguns aspectos importantes.
O patronato mariano nacional, segundo Clodovis Boff, o fato de Maria ser escolhida sob esta ou aquela invocação como a patrona de uma nação, é uma forma de devoção que tem particular importância social. O patronato mariano nacional é uma prática que veio se constituindo ao longo da história, na dependência do grau de implantação do cristianismo e, naturalmente, da difusão da devoção mariana. Por isso, em algumas nações a Virgem Maria é claramente definida como patrona nacional sob um título determinado; em outras, menos; e em outras ainda, de modo muito geral ou de todo ausente. Assim, na América Latina e Caribe, o grande “continente católico”, os títulos patronais marianos são claros, fruto da invasão e colonização europeia.
O que caracteriza a escolha da Virgem Maria como patrona da nação, geralmente é a figura de Maria como mãe que cuida, ampara e protege, rainha que defende e salva, senhora que suscita o respeito e as homenagens do coração. Tudo isto faz com que o patronato nacional mariano esteja frequentemente ligado a um imaginário muito rico, entretecido de aparições, milagres e prodígios vários, que vai criando ao longo do tempo uma tradição popular que se registra nas lendas. Ele atua também, retrospectivamente, na medida em que vê a presença da Virgem Maria atuando antes ainda da consolidação do seu patronato, como aparece claramente na história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Muitos peregrinos neste mês irão a Aparecida, muitas homenagens serão feitas, muitos pedidos e orações sairão dos nossos corações. Que Nossa Senhora Aparecida acolha tudo isto no seu coração e apresente a seu Filho Jesus.
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