Toda expressão de oração, individual ou comunitária, consegue ser mais fecunda e produzir mais frutos, na vida pessoal ou na Igreja, na medida em que conserva a sua verdadeira natureza e a sua fisionomia própria. A memória da liturgia e a memória contemplativa do rosário têm por objeto os mesmos eventos salvíficos realizados por Cristo na história da nossa salvação.
Por meio da contemplação dos mistérios da vida de Jesus, o rosário torna vivo na mente e na vida do devoto tudo aquilo que o próprio Jesus viveu. A oração ao “Pai Nosso que está no céu”, que Jesus ensinou a seus discípulos, oração da Igreja por excelência, está na base da milenar devoção do rosário. A sucessão de “Ave Maria”, composta da saudação angélica à Virgem Maria e da bênção de Isabel, completada pela súplica eclesial da “Santa Maria”, intercessão por todos os pecadores, marca a comunhão, o louvor e a súplica de toda a Igreja à mãe do Senhor. O “Glória ao Pai”, que fecha a oração com a glorificação de Deus Uno e Trino, do qual e para o qual todas as coisas são feitas (cf. Rm 11,36), marca o tom eclesial da oração do rosário.
O rosário é uma grave súplica dos fiéis ao Pai, com a oração que Jesus ensinou aos discípulos; é um canto lírico de louvor à mãe do Senhor, com a piedosa repetição das Ave Maria; é profunda contemplação e mergulho nos mistérios divinos com a reflexão dos mistérios da vida de Jesus Cristo; e respeitosa adoração à Trindade Santa com a glorificação final.
A oração do rosário contempla os principais eventos que se cumpriram em Jesus Cristo. Da encarnação no seio da Virgem Maria aos mistérios da infância, da vida pública aos mistérios da páscoa, da Igreja nascente em Pentecostes, e sobre a Virgem Maria, na sua assunção em corpo e alma à pátria celeste. É uma oração centrada no mistério da encarnação, redentora, uma oração que nos coloca em comunhão com a vida de Jesus Cristo e se torna também louvor a Cristo, finalidade última do anúncio do anjo e da saudação de Isabel, “Bendito é o fruto do seu ventre” (Lc 1,42).
A repetição de cada Ave Maria constitui a trama sobre a qual se desenvolve a contemplação dos mistérios. O mesmo Jesus, que cada Ave Maria evoca, é aquele que a contemplação do mistério nos propõe. A contemplação é essencial na oração do rosário. Sem contemplação a repetição da Ave Maria acaba se tornando mecânica, uma fórmula sem sentido.
Por sua natureza, a oração do rosário exige do fiel um ritmo tranquilo que favoreça a possibilidade de meditação dos mistérios da vida do Senhor, vistos através do coração daquela que, do Senhor, foi a mais próxima, sua mãe, a Virgem Maria.
Na oração do rosário o devoto percorre a vida de Jesus, contemplando os principais eventos da nossa salvação, reza com a Igreja, em nome de toda a Igreja. Com os olhos da mãe do Senhor sabe olhar o mundo em torno de si, como Ela acolhe a alegria do mistério da encarnação, apresentando-a ao mundo “caduco” e carente de Deus, sabe deixar o mistério de Deus tomar forma na própria vida, acolhe o sofrimento que redime o mundo e testemunha, como Maria, que a morte não tem a última palavra sobre a vida. Na simplicidade da oração do rosário, o devoto é sinal de Deus no mundo e é a voz suplicante da Igreja de Cristo.
Todos os dias, o mílite tem a oportunidade de percorrer os mistérios da nossa salvação na oração do rosário. Às quatro horas da manhã, às quinze horas e às vinte e duas horas, ouvintes de todo o Brasil participam e rezam através da rádio.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.