“Quando, durante o combate espiritual, as forças te abandonam, lembra-te da cruz e do paraíso: do sofrimento de Jesus por teu amor e do lugar preparado para ti no paraíso”. (São Maximiliano Maria Kolbe)
Nossa Senhora aparece a um pequeno menino e mostra a ele duas coroas: uma branca que representa a pureza e uma vermelha que representa o martírio. Ao ser questionado sobre qual das duas o garoto quer para si, mesmo sem ter dimensão do significado daquele acontecimento, ele escolhe as duas. Este é o pontapé inicial que nos insere na história de São Maximiliano Maria Kolbe, que é apresentado ainda criança em um relato ouvido somente por sua mãe.
No próximo dia 28 de novembro, diversas salas de cinema do país exibirão a história do mártir da caridade pelas mãos da distribuidora A2 Filmes. Passando por acontecimentos de sua infância, juventude e vida adulta. Com recortes que misturam relatos factuais e cenas ficcionais, o docudrama (gênero que mescla documentário com dramatização) nos aproxima da emblemática figura do santo polonês e de sua fiel devoção à Imaculada.
A parte documental é costurada pelo diretor Michal Kondrat, que revisita lugares de extrema importância na vida de Maximiliano, tanto na Polônia onde nasceu, morreu e realizou boa parte de suas obras, quanto no Japão onde implantou a tiragem da Revista Cavaleiro da Imaculada. Além, é claro, de passar por lugares da Itália que foram decisivos na vivência vocacional do homenageado. A forma como Kondrat nos apresenta os lugares é extremamente respeitosa e, as informações dadas por ele variam entre fatos históricos e curiosidades que só agregam à narrativa do longa. Diversos sacerdotes e frades franciscanos contribuem com dados e particularidades, mostrando uma visão interna do que a Ordem dos Frades Menores Conventuais enxerga na figura do santo, e na importância que ele tem dentro do próprio movimento.
Entre os inúmeros fatos relatados, conseguimos – por exemplo – saber mais sobre a vida vocacional do Frei Maximiliano. A produção da Revista Cavaleiro da Imaculada que se tornou referência mundial em publicação segmentada religiosa, a criação da Milícia da Imaculada em resposta aos ataques feitos pelos maçons em 1917, passando também por quando o sacerdote coordenou um convento e contribuiu para a formação espiritual de 750 jovens.
Já a parte ficcional é brilhantemente liderada pelo ator polonês Adam Woronovicz, que representa com maestria boa parte da vida do retratado, dando as camadas necessárias para uma construção brilhante de um homem resiliente, mas que sabe o que quer. Entre as cenas que mais chamam atenção, está a que ele é questionado por um oficial sobre onde tira dinheiro para a publicação das revistas. Nela podemos ver um homem gigante se apequenar em cena, refém de um regime opressor que não compreende a missão de um notável como ele no mundo, a humanização do personagem grita nesta tomada.
Mas sem sombra de dúvidas, os momentos finais da vida do fundador da Milícia da Imaculada nos campos de concentração de Auschwitz, são os que roubam toda a atenção do público, a tensão, as sutilezas e o respeito em como o pré-martírio é retratado, fisgam o coração do espectador e trazem lágrimas aos olhos em perceber que, naquele exato momento, a oferta de toda uma vida fez sentido e até onde a morte foi abundante, o amor foi muito mais.
Em suma, o longa metragem é uma ode a um homem que era a frente do seu tempo e mesmo sendo um visionário soube a hora de calar, de obedecer, de rezar e de cumprir o seu papel dentro de uma organização maior, que é a Igreja Católica Apostólica Romana.
São Maximiliano é conhecido como mártir da caridade não somente por suas boas ações e cuidados para com o outro, mas por ter enxergado a empatia como chave da sua vida missionária. Ao adentrar a cela do campo de concentração é impossível não sentir o amargor nos lábios de experimentar a agonia do medo da morte, e ele – além de passar por este calvário por si – ainda estava na figura conciliadora de tentar implantar a paz no coração dos seus filhos, que naquele ambiente eram companheiros de morte. Ele guardou a própria dor e mesmo “sangrando” era o socorro daqueles que o cercavam ao realizar sermões, terços, confissões e etc. Ali, naquele ambiente hostil, as Duas Coroas que dão título ao filme se encontram novamente. A alva pureza da fé se contrasta com o ardente furor do holocausto, o pequeno Maximiliano de 6 anos que teve uma profunda experiência com Nossa Senhora, via uma profecia se cumprir e um chamado sendo respondido com um “amém”, fazendo da vida, uma prece.
Se você é fã da trajetória de santos ou um apreciador do período histórico em que o longa se passa, “Duas Coroas” deve ser um programa obrigatório para a sua semana. A programação completa das cidades e salas de cinema onde o filme será exibido está disponível no Site Oficial do Filme. Para maiores informações ou dúvidas, acesse a página do filme no Instagram.
Confira o trailer abaixo:
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