Por MI Em Viagem Atualizada em 14 OUT 2020 - 16H28

Lugares kolbianos na Polônia

Neste mês dedicado ao nosso santo fundador, São Maximiliano Kolbe, as jovens da MI, Bruna Gomes e Letícia Campos, contam como foi visitar a Polônia, em 2016, para a Jornada Mundial da Juventude. Confira!




Por Bruna Gomes e Letícia Campos

No ano de 2016 nós tivemos a oportunidade de vivenciar alguns dos momentos mais especiais das nossas vidas: a Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia e o Meeting Kolbiano. Um encontro mundial de Jovens da Milícia da Imaculada de diversas partes do planeta. Esse encontro ocorreu de forma simultânea e complementar na terra de São Maximiliano Kolbe, na Polônia.

Essa experiência nos possibilitou conhecer alguns dos lugares históricos extremamente significativos para a construção do nosso carisma kolbiano, lugares que foram de extrema importância para que São Maximiliano Kolbe trilhasse seu caminho de santidade e martírio. 

Niepokalanow




Nossa primeira parada é a cidade de Niepokalanow. Em 1927, na cidade de Niepokalanow, Frei Kolbe fundava a Cidade da Imaculada. O local era um convento composto por diversas instalações. O terreno foi doação de um príncipe como contribuição para a evangelização. Kolbe, logo de início, colocou uma imagem de Nossa Senhora como forma de intercessão e bênção, imagem essa que se encontra à frente da capela.

Pudemos participar de uma celebração de 75 anos de Martírio de São Maximiliano na capela, um momento muito forte e bonito. Pudemos ali também visitar a antiga sacristia e o quarto de São Maximiliano, onde hoje tem objetos, escritos e fotos de seu sacerdócio e de sua missão evangelizadora. No local pudemos rezar com a imagem de Nossa Senhora que era dele e que São João Paulo II também orou quando ali visitou.

Na cidade da Imaculada também se encontra o museu com mais imagens, roupas e objetos de toda vida e caminho de Kolbe em Roma, Japão e Polônia, com diversos materiais gráficos dos jornais, revistas e rádio. O local conta com um corpo de bombeiros formado por frades, o belíssimo Jardim da Imaculada e uma basílica linda.

Auschwitz




São Maximiliano viveu um grande momento de santidade quando, em maio de 1941, após ser preso pelo nazismo em 1939, ele foi transferido para o campo de concentração em Auschwitz. No campo, um misto de sentimentos intensos traz a indescritível presença de São Maximiliano. Ao pisar lá, somos imediatamente tomados por um pesar sem tamanho, uma tristeza que parte a alma por saber das inúmeras atrocidades que foram cometidas naquele campo de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial. Tanta dor e sofrimento infligidos a tantas pessoas. Em contrapartida, ao lembrarmos o porquê de São Maximiliano ter sido uma luz de esperança num lugar tão sombrio, a emoção vem em forma de um choro contido. “Ama, isso é tudo”, foi isso que ele disse e fez a vida toda, inclusive nesse campo de concentração. Ele foi luz. Ele saiu da fila para doar sua vida no lugar da de um homem que não conhecia. Sua memória e reconhecimento, também lá se faz presente com uma placa em sua homenagem.

Labirinto de Marian Kolodziej




Marian Kołodziej foi o único sobrevivente do primeiro comboio que chegou ao campo de concentração. O jovem polonês ficou conhecido apenas como prisioneiro 432. Ele sobreviveu a quatro campos de concentração nazistas e, por 50 anos, não contou a ninguém, nem mesmo a sua própria família, o que presenciou lá. Após ficar paralisado de um lado do corpo, consumido pela dor da memória, ele começou a desenhar a um ritmo quase alarmante, mostrando através de sua arte o horror que sentia e que as palavras não eram capazes de expressar. Suas grandes obras são de detalhes incríveis, angustiantes imagens da vida nos campos onde milhões de homens, mulheres e crianças foram assassinados.Leia MaisMístico da ImaculadaUma pausa para falar de MariaMergulho no mistério da ImaculadaUm homem, um frade, um devotoConheça a história do nosso fundador!

Marian foi taxativo ao deixar um comunicado a todos os que vissem suas memórias: “Isso não é uma exposição, nem arte. Estas não são imagens. São palavras trancadas em desenhos. Proponho uma jornada por esse labirinto marcado pela experiência do tecido da morte. É uma homenagem a todos os que desapareceram nas cinzas”.

A exposição das imagens estão localizadas em uma igreja franciscana próxima à casa das Missionárias da Imaculada-Padre Kolbe. Logo ao entrar, fomos convidadas a escrever um número no nosso braço, e ali começou a imersão nas memórias assombrosas de Marian. Algo que chamou muito a atenção foi como ele retratou São Maximiliano, que ele conhecera em Auschwitz. A partir do momento em que as pessoas eram jogadas ali, não tinham mais liberdade, não tinham mais identidade, não tinham mais nome, não se tinha mais nada. Marian deixa isso muito claro em todas as suas gravuras, mas, quando retrata Maximiliano Kolbe em seus desenhos ele sempre está envolto por uma luz. Ele conseguiu ser luz nas trevas até o momento de sua morte, e isso foi retratado nesse labirinto intenso que Marian nos convida a conhecer. 

Casa das Missionárias da Imaculada Padre-Kolbe

Foi lá que ficamos hospedadas durante a Jornada Mundial da Juventude daquele ano, e foi lá também que nos sentimos acolhidas de uma forma pra lá de especial. Fomos recebidas com um carinho tão grande e fomos cuidadas de uma forma tão carinhosa que não tinha como não nos sentirmos em casa. Era possível sentir o amor de Deus e de Maria por nós através das missionárias em cada momento: seja nas refeições preparadas com zelo ou nos abraços aconchegantes depois de um dia intenso.

Quando chegávamos em casa, após as longas atividades da JMJ, as missionárias estavam na porta para nos receber com sorrisos e de braços abertos. O refeitório da casa era a área comum onde além das refeições, também aconteciam os momentos de partilha e conversas. No salão grande nos reuníamos diariamente para momentos de fraternidade e formações. Celebrávamos também a eucaristia todos os dias na capela da própria casa.

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