“Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo. Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro’. Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas. Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: ‘Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. As prudentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar’. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: ‘Senhor, Senhor, abre a porta para nós’. Ele, porém, respondeu: ‘Eu garanto a vocês que não as conheço’. Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora”.
COMENTÁRIO
A liturgia de hoje nos convida à vigilância. Recorda-nos a segunda vinda do Senhor Jesus. Este texto bíblico situa-se no horizonte final da história humana, por isso devemos nos preparar e caminhar pela vida, e sempre atentos ao Senhor que vem, e estar com o coração aberto para acolhê-lo.
O Evangelho lembra-nos que “estar preparado” para acolher o Senhor que vem significa viver dia a dia na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com os valores do Reino.
O exemplo das cinco jovens, aqui chamadas de “sem juízo, ou insensatas” que não levaram azeite suficiente para manter as suas lâmpadas acesas enquanto esperavam a chegada do noivo, quer ressaltar que só os valores do Evangelho nos asseguram a participação no banquete do Reino.
A parábola das dez virgens, que Jesus utilizou, é uma das parábolas do Reino. O Reino de Deus é, aqui, comparado por Jesus com uma das celebrações mais alegres e mais festivas que os israelitas conheciam: o banquete de casamento.
As dez jovens da parábola representam a totalidade do Povo de Deus, que espera ansiosamente a chegada do messias “o noivo”. Uma parte desse Povo, representada pelas “jovens previdentes” pode entrar e fazer parte da comunidade do Reino, quando o messias finalmente aparecer. Já a outra parte, a das “jovens descuidadas, ou sem juízo”, não está preparada e não pode entrar na comunidade do Reino.Leia Mais31° Domingo do Tempo Comum30° Domingo do Tempo Comum29° Domingo do Tempo Comum
Com esta parábola, Jesus dá um recado direto aos israelitas no sentido de não perderem a oportunidade de participar da grande festa do Reino. Mateus utilizou esta parábola, adaptando-a as necessidades da comunidade. A parábola é uma exortação para todos estarem preparados para a vinda do Senhor, o que pode acontecer no momento menos esperado.
A festa é, neste contexto, a segunda vinda de Jesus. O noivo que está para chegar é Jesus. As dez jovens representam a Igreja que, experimentando na história as dificuldades e as perseguições, anseia pela chegada da libertação definitiva.
A história das jovens “insensatas” que se esqueceram do essencial nos leva a pensar na questão das prioridades. É muito comum nos deixarmos levar pelo imediatismo, pelo que está na moda; preocupamo-nos com o dinheiro, com a influência e poder e deixamos de lado os valores autênticos, os valores do Evangelho que nos asseguram a participação no banquete do Reino.
O objetivo da catequese de Jesus, através de Mateus não é de nos dizer que, se não nos comportarmos bem, Deus nos castiga e nos manda para o inferno. O objetivo é de nos alertar para a seriedade com que devemos avaliar as nossas opções, de forma a não perdermos oportunidades para nos realizarmos e para chegarmos à felicidade plena e definitiva.
Para encerrar, vai aqui um ditado muito conhecido, mas que vale ser lembrado: “Devemos viver cada dia de nossa vida como se fosse o primeiro dia de nossa existência, como se fosse o único dia do qual dispomos, e como se fosse o último dia de nossa vida”. Um chamado realista à necessária e sensata conversão que devemos alcançar para participarmos do banquete do Reino.
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