Formação

Quinta-feira Santa

Professora Dita explica por que o primeiro dia do Tríduo Pascal, a Quinta-feira Santa, é repleta de emoções, durante as quais a Igreja recebe os Sacramentos da Ordem e da Eucaristia, e o chamado ao serviço e à cura dos que sofrem

Escrito por Espiritualidade

09 ABR 2020 - 00H00 (Atualizada em 25 MAI 2021 - 14H51)

Por Professora Dita, teóloga, biblista e conferencista

Hoje a Igreja, em seu calendário litúrgico, finaliza o período da Quaresma e tem início o Tríduo Pascal, os três dias que antecedem a morte e ressurreição de Jesus.

O Evangelho de hoje (Jo 13,1-15) se inicia nos contando, segundo o evangelista e apóstolo João, o que vai acontecer com Jesus e Seus discípulos nos dias que antecedem a páscoa judaica.

Algumas tradições colocam a última Ceia de Jesus na terça-feira, outras na quarta-feira e outras na quinta-feira. De acordo com Mt 26,17, durante o dia da quinta-feira, eles, os discípulos, fazem os preparativos para a Ceia, e isso inclui a ajuda das mulheres. São elas que ajudam a limpar e preparar o ambiente, assar o cordeiro que os discípulos trouxeram do templo já limpo, providenciar as verduras amargas, os copos que serviriam a água e o vinho, o Matzah (pão sem fermento), um pote com água na entrada, um pano para se enxugarem etc. Tenhamos a certeza de que a Ceia de Jesus foi uma ceia judaica, até porque Ele e seus discípulos eram judeus. A diferença para nós os cristãos está na Instituição da Eucaristia.

Aquele cordeiro, após a ceia seria o próprio Jesus que se imolou por nós; o pão, o Seu corpo; o vinho, o Seu sangue. Por esta razão, nós, os cristãos, celebramos a última Ceia de Jesus com a Instituição da Eucaristia em todas as missas.

Além do Lava-pés, um símbolo da purificação de todos os nossos pecados, como o egoísmo, a indiferença e a desigualdade, Jesus instituiu outros costumes durante a Última Ceia.

Também é na quinta-feira que a Igreja faz memória do Sacramento da Ordem dada por Jesus, que se converte na união dos padres com o seu bispo.

É neste dia que são abençoados os Santos Óleos, os quais serão utilizados nas celebrações dos sacramentos do Batismo, Crisma, bem como na Unção de Enfermos durante todo o ano.

Retornando um pouco ao evangelho de ontem, vimos que Judas age daquela forma satânica traindo Jesus, e que o Mestre sabe que sua hora está se aproximando; e para ficar selado o ensino oferecido aos discípulos pelos três anos sobre a humildade, serviço, amor e cuidados uns com os outros, Jesus, antes da Ceia, demonstra a prática do Lava-pés.

Jesus sente que o momento da traição de Judas se aproxima e se retira para orar. Como homem, Ele se angustia e pede que alguns discípulos vigiem com Ele, mas eles dormem.

Conforme Mateus 26,36ss; Mc 14,32-42; e Lc 22,39-46, é logo após a Ceia que Jesus é entregue aos soldados.Leia MaisSem confissão na Semana Santa! E agora?Playlist: 6 músicas para ouvir na Semana SantaSemana Santa diferenteSemana Santa de "lives"

Jesus sente a presença de Judas e dos soldados que se aproximam e se entrega sem resistência. Somente segundo São João (18,10), São Pedro, revoltado com aquela prisão injusta, tira a espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote.

Jesus Cristo, o Messias, é preso e levado para a casa do sumo sacerdote Caifás (cf. Mt 26,47).

A liturgia de hoje termina em silêncio... Fiquemos em oração pelo sofrimento de um justo.

Acompanhe hoje, às 20h, pelo YouTube da MI, a celebração da Santa Missa de Lava-pés.

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