Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em Nossa Senhora

Consagrados à Imaculada para a missão de evangelizar

A consagração é a nossa entrega total à Imaculada para realização do projeto de Deus no mundo!

Pixabay
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O Papa João Paulo II um ano antes de ser proclamado Papa visitou a cela de São Maximiliano Kolbe, na Via San Teodoro, onde fundou a Milícia da Imaculada, no centro da Roma antiga.

São Maximiliano, depois ter assistido e presenciado, com muita dor, uma situação religiosa difícil ligada a uma política complicada inclusive com a tomada de Roma. Na época, ouvia-se muitos gritos contra a Deus e o Papa, inclusive tornando-o um prisioneiro. Maximiliano, então frei, pensou em tomar uma posição de luta e conquista do mundo contra todas essas adversidades. Escolheu o caminho do amor!

João Paulo, entrando naquele “quartinho” tão repleto de significado, pronunciou as seguintes palavras: “Maximiliano Kolbe, viu não somente a grandeza de Maria, a Imaculada e a sua beleza, mas viu nela uma grande energia, uma força potentíssima a qual deveria comunicar ao mundo. ” Esse Papa acabou sendo quem canonizou São Maximiliano, definindo-o como o mártir da caridade, por conhecer toda a sua trajetória e devido ao seu testemunho com conhecimento da força da Consagração à Imaculada idealizada por ele.

Maximiliano durante a sua vida percebeu algo diferente na Imaculada, essa observação, foi fruto da sua espiritualidade e da sua profunda oração. “Se alguém quiser conhecer a Imaculada peça-o de joelhos ao Espírito Santo”. Esta é a chave para conhecer a Imaculada, percorrendo um caminho franciscano, com São Maximiliano e ligado à Mãe de Deus. Esse caminho era sobretudo em concordância ao magistério da Igreja que chegou a proclamar Nossa Senhora como a Imaculada. Depois disso o que se poderia fazer? Encerrar o assunto e fechar o livro? Não! Vamos abrir outro e a partir disso é que vamos tomar um caminho para agir, para evangelizar.

O Espírito Santo tornou Maria, mãe de Deus. “Conceberás por obra do Espírito Santo”(Lc. 1,31 e 35). Mas, quem é o Espírito Santo? Deveria ser uma pergunta no coração de Maria. Para uma mulher se sentir grávida por alguém, ela necessita conhecê-lo. Por isso podemos imaginar que a vida de Maria foi de intensa comunhão com o Espírito Santo e sabemos que ele foi a sua força e a sua luz.

Para obter a energia elétrica são necessários os dois polos, o negativo e o positivo, para gerar a corrente elétrica que ilumina, dá força aos motores e fazer funcionar tantas coisas. Podemos comparar: o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho é a força e a luz que geram a energia. Tudo o que se concretiza por parte de Deus é obra do Espírito Santo. Por isso que a própria criação é obra de Deus no Espírito Santo. Nas palavras da Bíblia podemos constar: “O Espírito de Deus pairava sobre as águas”(Gn 1.2). O Espírito Santo é o sopro da vida, vejamos quando Deus soprou dando vida à sua criação: o homem. (Gn 1.26-30)

Maria Santíssima é a “escola, a universidade, o pós-graduação” sobre o Espírito Santo, é “doutora” no assunto, pois comunica o Espírito Santo a partir do que ela construiu o “Deus-humano”. Ela, por meio do Espírito Santo, concebeu e acompanhou o “Deus-humano” desde Belém até a cruz.

Maria recebeu de Deus o seu projeto, Jesus. Conviveram durante 30 anos. Depois, Jesus iniciou a sua vida pública durante 3 anos, então, apareceram os frutos que chamaram atenção de todos, aquela pessoa diferente e surpreendente, que era enviado do Pai e que era o próprio Pai. O homem que era ao mesmo tempo admirado por uns e contestado por outros tinha como seu suporte os 30 anos vividos ao lado de sua mãe Maria. O silêncio de Maria, que falava de Deus, foi muito mais valioso do que os seus milagres, e o acompanhou durante toda a sua vida.

Um Deus que se fez frágil numa criança na manjedoura, depois crescendo em graça e sabedoria, um adolescente e que se fez homem e realizava as tarefas incrivelmente simples e comuns do dia a dia. A humanidade divina que se utilizava de trabalhos corriqueiros, manipulando instrumentos e ferramentas tão básicos como uma vassoura, ou um martelo.

Maria Santíssima viu em Jesus Cristo a encarnação de Deus, não somente no seu rostinho quando ainda era bem pequeno, mas durante toda a sua vida, pois manifestou a onipotência e o poder de Deus tornando-se tão frágil para mostrar ao mundo a grandiosidade de Deus.

Na cruz ela viu seu filho no máximo da sua entrega à humanidade e no maior sacrifício do ser humano. No momento derradeiro de sua vida ainda encontrou forças e falou: “Mulher, eis aí teu Filho” e depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe” E dessa hora em diante o discípulo a levou para sua casa. (Jo 19,26-27). Entregando, assim toda a humanidade à sua mãe. Portanto Deus colocou em Maria todos os projetos de salvação da humanidade. Nossa Senhora tem no seu filho amado toda a autonomia para poder dar continuidade ao projeto de Deus.

Agora somos nós, seus filhos que, por meio da consagração, que é a nossa entrega total a esta mulher, que sendo instrumentos disponíveis a ela, possamos concretamente cumprir a vontade do seu filho Jesus e realizar os seus projetos. A consagração, é assim, a nossa entrega total para realização do projeto de Deus no mundo.

A consagração à Imaculada não é uma prisão e nem uma escravidão que acorrenta. Uma legítima consagração à Imaculada liberta amar, agir, louvar e construir o reino de Jesus Cristo no mundo, sob a sua total orientação e o seu doce olhar Imaculado.

A devoção da consagração à Nossa Senhora, antes de Maximiliano Kolbe, teve a sua importância, tinha uma simbologia diferente que a pessoa se tornava uma escrava, inclusive fazendo uso de correntes, o que dava o tom de pertença total. Mas, São Maximiliano deu um novo enfoque, uma nova visão e entendimento a Consagração à Imaculada. Deixou de lado a prisão, as correntes e ampliou os seus horizontes oferecendo a liberdade de ter um coração disponível a ela tornando o seu desejo e a sua vontade uma plena realização no mundo.

Sentir -se em sintonia com Ela, imitando os seus gestos e comportamentos, enfim sendo um instrumento vivo e disponível em suas mãos!

Escrito por
Frei Sebastião (Arquivo MI)
Frei Sebastião Benito Quaglio

Frei Sebastião Benito Quaglio nasceu em 20 de julho de 1938, em Lendinara, no norte da Itália. Recebeu o nome de batismo Benito Quaglio e, quando emitiu os votos religiosos na Basílica de Santo Antônio (Padova), em 1958, recebeu o nome do mártir São Sebastião. O desejo de evangelizar com Nossa Senhora através dos meios de comunicação sempre permeou sua vida e foi na obra de São Maximiliano Kolbe que ele encontrou um ideal a ser seguido: conquistar o mundo inteiro a Cristo pela Imaculada!

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