Karina ouviu essas palavras emocionada. Sabia que aquele momento era especial, pois o bebê em seu ventre estremeceu quando a irmã Zélia colocou as relíquias de São José sobre sua barriga e começou a rezar. Ainda sentia muita dor, mas a certeza de que Nossa Senhora estava acompanhando seu pequeno fez com que Karina ficasse em paz.
Com o cordão de São José em volta da barriga, Karina saiu da capela da Igreja Sagrado Coração de Jesus e foi para o hospital. Chegando lá, o médico plantonista ao ver que a mãe estava com trombose quis operá-la imediatamente e, para diminuir a dor, queria medicá-la com morfina. Jeperson Pedro, marido de Karina, não autorizou tal procedimento. Sentia-se mais à vontade em procurar o médico do casal que estava acompanhando a gravidez desde o início. Ao ligar para o obstetra, soube que a retirada do trombo causaria um parto prematuro, o que no caso dela significaria a perda do bebê. Karina foi aconselhada a aguentar mais algumas semanas para que o bebê pudesse ganhar mais peso. Enquanto isso, ela teria que tomar medicação para abrandar a dor e conter o sangramento. Karina decidiu não arriscar a vida do filho e optou por continuar sentindo dor.
Em 2014, quando Karina descobriu que estava grávida, aos 35 anos, ela já estava no terceiro mês da gestação. Logo depois, soube que sua gravidez era de alto risco, provavelmente porque, há cerca de dois anos e seis meses, Karina tinha feito uma cirurgia bariátrica. O que muitos não sabem é que as mulheres que fazem esse tipo de cirurgia têm que tomar suplemento vitamínico pelo resto da vida e, pois, o corpo não absorve mais nutrientes como antes. Na ocasião, o médico alertou que Karina deveria esperar no mínimo três anos antes de engravidar para evitar complicações. Contudo, antes disso, ela engravidou e, por não conseguir absorver mais os nutrientes, teve anemia profunda. Além disso, durante toda a gestação, Karina enfrentou vários problemas como sangramento, pressão alta, pedra nos rins e trabalho de parto precoce. Por todo esse histórico, a mãe sabia que pelo seu filho aguentaria todo obstáculo que aparecesse.
Karina estava entrando, muito preocupada, na trigésima terceira semana de gravidez. Queria fazer um ultrassom para verificar se estava tudo bem com seu bebê. Jeperson Pedro providenciou tudo para que fosse realizado um exame em 3D. Além da preocupação com o filho, o casal esperava conseguir ver o seu rostinho. Nos ultrassons anteriores, o pequeno sempre o cobria com as mãos e deixava os pais na expectativa.
Receberam a boa notícia em 16 de abril de 2015. O bebê ganhara mais peso. Mas eles ainda estavam ansiosos para ver o bebê. Ao olharem a tela do monitor, conseguiram ver os detalhes daquela vida que estava sendo gerada, porém, algo emocionante roubou a atenção deles. Na imagem captada aparecia a silhueta de uma mulher ao lado do bebê. Karina teve absoluta certeza de que Nossa Senhora estava cuidando de seu bebê dentro do seu ventre. Mais uma vez sentia seu coração confortado.
Duas semanas depois, Karina entrou em trabalho de parto. Medicaram-na e avisaram que se caso tivesse mais alguma complicação, seu parto, que estava marcado para 6 de junho de 2015, seria adiantado.
Com 35 semanas e cinco dias, Karina teve que fazer outro ultrassom. O médico, ao analisar as imagens, ficou com o semblante muito sério. A placenta tinha pouco líquido amniótico e o bebê estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Aflita, Karina perguntou se fariam a cesariana com 37 ou 38 semanas. Ela tinha esperanças de que seu bebê nascesse no dia 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia e do aniversário dela. Contudo, o médico disse que não podiam esperar mais. Ele arrumaria o procedimento do parto imediatamente, porque o bebê poderia entrar em sofrimento fetal e vir a falecer.
Em 6 de maio de 2015, Karina e Jeperson Pedro corriam atrás do que era necessário para o parto, mas os hospitais do convênio não tinham vagas para atender o plano de Karina. Era necessário que eles conseguissem uma quantia maior em reais para que ela fosse atendida na última vaga disponível no plano apartamento. Preocupados com a situação, e por não terem tal quantia, Karina rezou para Deus. Mais tarde, recebeu o dinheiro da família que morava em outro estado.
Às 18h30, Karina deu entrada no centro cirúrgico e, uma hora e meia depois, nasceu Jorge Mariano com 2,4 quilos. Para alegria dos pais, todos os exames feitos constataram que o pequenino não precisaria ir para a UTI Neonatal.
Todos os dias, Karina e Jeperson Pedro admiram o pequeno Jorge Mariano que cresce esperto e saudável. E, para agradecer por essa graça, Karina entrou em contato com a Milícia da Imaculada, pois, justamente na época em que ela engravidou, se tornou mílite e desde 2004 vive sua história de fé.
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