"A educação nos ajudará a superar as várias fraturas que existem em nossas sociedades, construindo comunidades mais fortes e resilientes, baseadas nos valores da fraternidade humana e da solidariedade recíproca."
Esta é a convicção expressa pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, em seu discurso, na segunda-feira (19), em Nova York, na Cúpula da ONU "Transformando a Educação", encontro desejado no início da semana pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O cardeal ressaltou que o Papa Francisco falou claramente sobre a importância de começar sem medo um processo de transformação e de olhar para o futuro com esperança, convidando todos - jovens, professores, líderes políticos e sociedade civil - a serem protagonistas dessa aliança, comprometendo-se a nível pessoal e social para cultivar juntos o sonho de um humanismo solidário, respondendo às expectativas humanas e ao projeto de Deus.
"A eclosão da pandemia da Covid-19 e agora a guerra na Ucrânia para não esquecer os muitos outros conflitos em andamento em diferentes regiões do mundo, tornam a necessidade de um pacto educativo global cada vez mais urgente", sublinhou o cardeal Parolin. O secretário de Estado falou da necessidade de criar uma "aldeia educacional", na qual todas as pessoas, de acordo com suas respectivas funções, compartilham a tarefa de formar uma rede de relações abertas e humanas. Ele lembrou o provérbio africano que adverte: "É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança", para então reiterar que "devemos criar uma aldeia desse tipo antes de educar" e explicar que, em primeiro lugar, é necessário limpar o terreno da discriminação e deixar a fraternidade florescer.
Movido pela forte convicção de que através da educação é possível lutar por um mundo melhor, há poucos meses do início da pandemia da Covid-19, o Papa Francisco - lembrou o cardeal - lançou o "Pacto Global sobre Educação", sublinhando, em sua mensagem de 15 de outubro de 2020, que a educação é "uma das formas mais eficazes de tornar nosso mundo e nossa história mais humanos". Daí a ideia de envolver vários atores e stakeholders internacionais (partes interessadas), com o secretário de Estado que sublinhou como o processo de implementação deste Pacto Global sobre Educação deu origem a muitas novas iniciativas na esfera continental e local. Leia MaisSomos a família de JesusA evangelização que faz florescerRecompensados na Morada EternaA necessidade da doação
A Santa Sé, nas palavras do cardeal Parolin, agradeceu ao secretário-Geral da ONU por convocar este encontro sobre "um tema tão vital". O cardeal se deteve na importância de "reconstruir a frágil aliança educacional, introduzindo as novas gerações aos valores do respeito, do diálogo e da solidariedade através do investimento dos melhores recursos disponíveis na educação de qualidade".
Com o pensamento na mensagem enviada pelo Papa no lançamento do Pacto Global sobre Educação 2022, em 12 de setembro, o cardeal Parolin convidou todos aqueles que trabalham no campo da educação a deixarem-se guiar pelo que ele chamou de quatro pilares: o primeiro, o princípio clássico de conhecer a si mesmo, seguido de perto para conhecer o próximo, "que nos encoraja a manter o 'outro' em mente, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade." O terceiro princípio é conhecer a criação, "que nos inspira a cuidar da nossa Casa comum". Por último, mas não menos importante, o princípio de conhecer o Transcendente, "que afirma a inclinação natural da pessoa humana para o infinito, ampliando nosso horizonte e a capacidade de descobrir os grandes mistérios da vida". "É essa tensão em relação ao destino e vocação da humanidade - especificou o secretário de Estado - que dá à formação seu mais profundo significado e convence os jovens de seu valor".
Trata-se de uma "visão holística da educação" que requer compromissos precisos. E o cardeal Parolin lembrou o convite do Papa a organizações educacionais do mundo para rever seus projetos e currículos, empreendendo sete percursos precisos. Em primeiro lugar, fazer da pessoa humana em seu valor e na sua dignidade o centro de cada esforço educacional, tanto formal quanto informal; ouvir as vozes das crianças e dos jovens aos quais transmitimos valores e conhecimentos, para construir juntos um futuro de justiça, paz e uma vida digna para cada pessoa; incentivar a participação plena de meninas e jovens na educação; ver na família o primeiro e essencial lugar de formação; educar e ser educado para a necessidade de acolhimento e, em particular, abertura para as situações mais vulneráveis; encontrar novas formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso que estão a serviço da pessoa humana e da família humana, no contexto de uma ecologia integral; salvaguardar e cultivar nossa Casa comum, protegendo-a da exploração de seus recursos, de acordo com os princípios da subsidiariedade, solidariedade e economia circular. O objetivo final: tornar a educação "realmente integral, superando as dicotomias entre seus aspectos cognitivo, emocional e ético".
O cardeal Parolin lembrou que a Igreja Católica, que desde suas origens sempre acompanhou a evangelização com a transmissão de conhecimento, da cultura e da ciência - através dos mosteiros como centros de cultura, através de inúmeras escolas ligadas às Igrejas locais e com a fundação das primeiras universidades do mundo ocidental - continua a se engajar na vanguarda da educação com quase 220 mil escolas e 1.365 universidades espalhadas por todos os continentes, onde mais de 70 milhões de estudantes, muitos deles não católicos e não-cristãos, recebem uma educação de qualidade.
Fonte: Vatican News
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