Celebração da Palavra

(Gl 5,1-6) (Sl 118) (Lc 11,37-41)

Ao longo da semana estamos acompanhando a leitura de São Paulo aos Gálatas e vamos percebendo que existe uma certa discussão na Comunidades dos Gálatas entre seguir a lei de Moisés ou viver somente a partir da fé em Cristo. Paulo nesse texto de hoje diz: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A liberdade se encontra na fé em Jesus Cristo; viver essa fé no amor e na paz de Jesus. Viver a fé é ser livre. A nossa liberdade não é fazer tudo o que nos vem a cabeça. Isso é ser escravo dos próprios desejos e isso não é liberdade, é escravidão. Ser livre é ter a opção de, mesmo podendo não viver a fé em Jesus, nós queremos viver a nossa fé, por vontade própria e nada nos é imposto. A nossa vida mudou e foi transformada a partir da nossa experiência e vamos percebendo as graças que recebemos de Deus.

Cristo nos adverte que devemos tomar cuidado, porque estamos ficando presos mais às práticas exteriores e ao que fazemos. Achamos que são as coisas que fazemos nos levam a salvação e a vida eterna. Nós devemos observar que a salvação é graça de Deus e que o mais importante é o nosso interior. Podemos dizer que o reino de Deus está dentro de nós. O nosso coração é o primeiro que deve se converter. Cristo não está desprezando a nossa devoção, os nossos sinais de devoção. Ele critica porque quer nos dizer que temos primeiro que trabalhar o nosso interior, a nossa fé deve ser cultivada primeiro em nosso coração de tal modo que do nosso coração transborde o amor e a fé.

A partir do momento que a nossa fé em Jesus Cristo transborde em nós, ela nos transforma e modifica as nossas atitudes e não o contrário. Celebramos hoje a memória facultativa de São João XXIII, que, já de idade, foi extremamente profético em seu pontificado, e viveu na humildade e na simplicidade. Ele trouxe exatamente isso para a nossa Igreja. As práticas interiores devem ser melhores do que as nossas práticas exteriores. Por isso ele convocou o Concílio Vaticano II. Esse chamado profético, foi um chamado para a abertura das janelas da Igreja. Será que abrimos a janela do nosso coração, para deixar a luz de Deus entrar e dissipar as trevas do nosso coração, assim como rezava São Francisco? Será que deixamos que a luz do céu permaneça em nós? Nesse dia que nos preparamos para a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida possamos, assim como os três pescadores, reconhecer a graça do Espírito Santo e a luz de Deus num sinal simples, mas que se tornou o grande milagre da fé do nosso povo brasileiro.

Amém.

(Transcrição Marta Romero)