Viagem

Encontrar Deus pelo mundo

Tudo o que a gente vê e experimenta nos fala do Senhor

Frei Sebastião (Arquivo MI)

Escrito por Frei Sebastião Benito Quaglio

16 MAR 2022 - 00H00

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Turismo, acredito que a vida é um tour! Tudo em movimento, mas existe uma meta. Todos estamos crescendo sempre (apague esta palavra envelhecendo do vocabulário... estamos é crescendo). A natureza nunca envelhece, ela cresce, se transforma, produz. É uma vida que segue e vai, e quem quer realmente saborear isso tem que saber sair um pouco do seu pequeno mundo, do seu dia a dia e ver algumas coisas novas, pessoas diferentes e não ter medo daquilo que nós podemos ver, isso abre o nosso coração.

Eu vejo na natureza um incentivo e que a vida tem que crescer. O turismo para mim é isso, ver coisas novas, natureza nova, pessoas novas. Amo muito o Brasil, acho uma beleza enxergar a nossa Mata Atlântica, a nossa natureza, o nosso mar maravilhoso, que é um dos mais lindos do mundo. Ao mesmo tempo lembro das montanhas que eu escalava na Itália. Me dedicava à escalada com amor e muito sacrifício. Eu queria ver lá longe, lá do alto, bem alto, ver o sol se levantar lembrando de Deus que é sempre esse grande sol, que nunca cansa de ser pontual. Ele doa a sua luz e ilumina todos os topos e montanhas. E ainda invade com sua luz os vales e leva vida às plantações.

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Amo as montanhas Dolomitas no norte da Itália. Em italiano se chamam Dolomiti. São grandes montanhas rochosas na região de Trentino-Alto Adige, Vêneto e Friuli-Veneza Giulia. Tem também uma parte dessa cadeia montanhosa na Áustria, chamada de Lienz. Aliás, naquela região se fala a língua italiana, o alemão e, em algumas cidades, o ladino e dialetos próprios.

Dolomiti são as montanhas da minha juventude. Escalei diversas vezes em diversos lugares quando estava de férias com meus confrades. Os picos mais altos têm mais de 3 mil metros de altura. Os caminhos também são muito bonitos. No inverno tem muita neve, na primavera brotam flores que só florescem lá, e no verão o clima é agradável. Destaco aqui alguns lugares que gosto:

- Tre Cime di Lavaredo são três picos que me remetem à Santíssima Trindade. São as fronteiras entre a província do Vêneto e Trentino-Alto Adige. Até hoje estão lá marcas da Primeira Guerra Mundial, pois o lugar foi utilizado como trincheira pelos italianos. Os picos têm quase 3 mil metros de altura e dominam o panorama apreciado por turistas de todo o mundo.

- Val Gardena é uma região muito bonita o que se expressa também na arte. Lá existem artesãos habilidosos que esculpem de maneira incrível na madeira. A imagem Nossa Senhora que ganhei quando fui ordenado sacerdote foi feita lá.

- São Romédio é um santuário que recebe mais de 200 mil peregrinos anualmente. Ali viveu, no século XI, o eremita Romédio de Thaur. Conta-se que em uma viagem até a cidade de Trento, um urso devorou o cavalo que levava o eremita já idoso. Ele resolveu, então, seguir a viagem montado no urso que milagrosamente permitiu a montaria. Até hoje no santuário, que é construído no alto de uma pedra com mais de 70 metros de altura, são criados ursos para lembrar o milagre atribuído ao santo.



Subir montanhas era me aproximar de Deus. Por isso, peço a Nossa Senhora, com sua ternura, que possibilite uma profunda compreensão da natureza.

Lembro sempre de Francisco de Assis que soube através da leitura da natureza encontrar o sentido da vida, encontrar a imagem de Deus e sentir a motivação do amor e do louvor. Como é bonito tudo isso. E não precisa fazer viagens intercontinentais, às vezes existem maravilhas perto de você, pessoas e locais que você precisa encontrar e saber apreciar. Boa viagem, vai com Jesus e Nossa Senhora.

Fonte: Jovem Mílite

Escrito por
Frei Sebastião (Arquivo MI)
Frei Sebastião Benito Quaglio

Frei Sebastião Benito Quaglio nasceu em 20 de julho de 1938, em Lendinara, no norte da Itália. Recebeu o nome de batismo Benito Quaglio e, quando emitiu os votos religiosos na Basílica de Santo Antônio (Padova), em 1958, recebeu o nome do mártir São Sebastião. O desejo de evangelizar com Nossa Senhora através dos meios de comunicação sempre permeou sua vida e foi na obra de São Maximiliano Kolbe que ele encontrou um ideal a ser seguido: conquistar o mundo inteiro a Cristo pela Imaculada!

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