Certa vez eu estava no meu quarto junto com a minha sobrinha de quatro anos. Incomodada, ela balançava as perninhas quando falou: “A minha cor é estragada”. Perguntei o que ela queria dizer com “estragada” e ela me respondeu que quando ela nasceu tinha a pele branca, mas agora sua cor tinha estragado. Aquilo cortou o meu coração. Pedi para Deus me ajudar e expliquei que cada cor tem sua beleza e que, assim como eu, a nossa cor fazia parte da história de quem somos. Mas afinal: como dizer a uma criança que não há nada de errado com ela? Porque em uma sociedade que idealiza ser aquilo que não é, parece ser contraditório acreditar na diversidade. Assim, adianta eu querer esmagar aqueles que começam a corromper a minha menina com infundados padrões de beleza?
Minha prima, quando era mais nova, costumava tomar vários banhos, para ser mais especifica dez por dia. Ela fazia isso porque acreditava que estava sempre suja, pois era negra e diziam a ela que sua cor remetia à sujeira. Isso também aconteceu com a atriz Lupita Nyong’o que ganhou Oscar em 2014 pela sua atuação no filme 12 Anos de Escravidão. No discurso ao Essence Seventh Annual Black Women, in Hollywood, ela disse que rezava todos os dias para acordar com uma pele branca, porque queria ser bonita, até que um dia ela entendeu o verdadeiro sentido da beleza.
Comigo também aconteceu algo parecido. Cresci assistindo filmes da Disney com príncipes maravilhosos e, é claro, que eu também queria um deles para mim, de pele branca e cabelo loiro. Afinal, como eu poderia pensar em um príncipe diferente (o Naveen só apareceu em 2009). Para concluir minha história, hoje sou casada com um príncipe negro.
Mas por que contei essas histórias? Dia 20 de novembro celebramos o Dia da Consciência Negra. Escuto muito as pessoas perguntando qual a finalidade desse dia e eis o motivo: este dia é para as pessoas que sofrem o preconceito camuflado do dia a dia, que lutam para não serem julgadas pela cor, que se orgulham do sangue que corre em suas veias, sangue que carrega a história de um povo que lutou para ser “livre”. Independentemente da cor da pele, todos devem ser respeitados como são!
Por fim, peço que reflita: Nossa Senhora e Jesus tinham olhos, pele e cabelo escuros.
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